Apesar de habitualmente apresentar termos diferentes, o “economês” ainda pode surpreender com siglas curiosas, como Ebitda.
Essa sopa de letrinhas que a princípio não combinam ou formam uma palavra conhecida na língua portuguesa tem justificativa. A sigla vem do inglês earnings before interest, taxes, depreciation and amortization, que em tradução livre quer dizer “lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização”.
Você já deve ter lido no jornal ou visto na televisão frases como: “Empresa tem o maior Ebitda da sua história” ou “companhia apresenta recuo de 10% em seu Ebitda”, mas o que isso quer dizer?
O que é Ebitda?
É um indicador de resultados de uma empresa de capital aberto. Ele analisa a capacidade de produção e geração de recursos com a atividade principal da organização.
O desempenho de uma empresa é composto por diversos fatores: o faturamento com a venda de produtos ou serviços, as despesas e gastos e os investimentos, que geram juros que somam a receita da companhia.
Para separar o ganho operacional dos ganhos financeiros com juros e investimentos, o Ebitda é calculado. Ele é responsável por demonstrar a eficiência produtiva da companhia e os ganhos de sua operação.
Por que ele é importante?
O Ebitda é considerado uma das grandes métricas de análise da capacidade produtiva da empresa. Por isso, os investidores da bolsa de valores estão sempre atentos à divulgação desse número. Ele mostra se a companhia é capaz de gerar dinheiro com o serviço ou produto que se propõe a desenvolver e sua eficiência, sem precisar de ganhos externos.
Saber a geração de caixa da empresa mostra aos investidores sua capacidade de produção e desempenho. Portanto, quanto maior o número, melhor. Mas como grande parte dos resultados, ele não deve ser analisado isoladamente, segundo especialistas.
Como saber o Ebitda de uma empresa?
Apesar de ser um indicador muito utilizado pelo mercado, o Ebitda não é um dado de divulgação obrigatória das empresas.
Por mais que grande parte delas já o divulguem nas demonstrações financeiras, é possível calculá-lo se houver acesso a outros números. Essa metodologia de cálculo foi unificada em 2012, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Ebitda = Lucro operacional líquido (Ebit) + depreciações + amortizações
– O lucro operacional líquido é o valor da receita bruta menos as despesas da operação e os custos da mercadoria.
– A depreciação também é divulgada pela empresa e demonstra a perda de recursos produtivos ao longo do tempo, como o envelhecimento de máquinas ou desvalorização de um imóvel.
– Por fim, as amortizações representam a queda ou desvalorização de um bem que não é físico, como uma patente ou marca.
Com esse cálculo é possível analisar a eficiência e o lucro da produção, mas o indicador é limitado. Uma mesma demonstração de resultados pode apresentar Ebitda positivo e prejuízo líquido, por exemplo. Isso acontece porque o indicador reflete apenas a produção, e não o restante do negócio, que pode ter financiamentos e dívidas.
Para uma análise completa da saúde financeira da empresa é preciso avaliar o lucro por ação, sua alavancagem, margem de lucro, dívida bruta, ativo total e diversos outros indicadores.
Fontes: CNN e InfoMoney.