Desde 2022, quando os preços começaram a subir nos Estados Unidos e a inflação chegou a 9%, o Federal Reserve System (FED), o banco central norte-americano, começou um movimento de aumento dos juros, com intenção de segurar os preços.
Quando os juros estão altos, o custo do dinheiro aumenta, ou seja, fazer empréstimos ou pagamentos parcelados fica mais caro. Isso faz com que as pessoas gastem menos. Se elas compram menos, as empresas vendem menos e tendem a baixar os preços para estimular o consumo. Com isso, a inflação cai.
Essa costuma ser a reação dos mercados. Nos Estados Unidos, no entanto, não tem sido assim. Desde que o FED começou a escalada dos juros, as reações da economia não têm seguido esse padrão à risca. A desaceleração da inflação tem sido menor do que a esperada pelos especialistas. Passado um ano e meio, o índice agora está em 2,9% (em outubro). Apesar da queda expressiva (em setembro era 3,7%), não há comemoração por parte do FED, que deseja que o índice chegue à meta de 2%.
Outra reação norte-americana que fugiu à regra foi o aquecimento da atividade econômica. Normalmente, quando há um aperto monetário, as economias tendem a desaquecer, o que provoca queda no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e redução dos empregos. Contudo, a economia dos Estados Unidos vem registrando crescimento além do esperado. Segundo prévia divulgada no fim de outubro, o PIB do segundo trimestre de 2023 avançou 4,9%.
Os riscos da reação inesperada
A resposta lenta da economia traz riscos. Um deles é a necessidade de uma alta de juros muito maior do que se imaginava. Caso isso aconteça, em vez de haver uma redução relativamente suave do crescimento norte-americano, pode ocorrer uma queda abrupta, levando a uma recessão mais grave.
Como isso afeta o Brasil
Em virtude de os Estados Unidos serem a economia número 1 do mundo, qualquer movimentação interna interfere na economia mundial. O aumento dos juros no país é ruim para o Brasil, pois afasta os investidores. Com juros mais altos, é mais vantajoso para o investidor deixar seu dinheiro nos EUA do que correr riscos maiores em nações com economias menos desenvolvidas. O resultado dessa reação inesperada vamos ter que esperar para ver.
Por que é importante controlar a inflação?
O controle da inflação é importante porque garante o poder de compra dos cidadãos, especialmente os de menor renda, o que colabora para garantir o crescimento econômico.
Fontes: Estadão, BBC, Deutsche Welle, Folha de S.Paulo, Bloomberg e InfoMoney.