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Trump dá trégua de 90 dias na guerra comercial, mas mantém pressão sobre a China

A medida teve efeito imediato sobre a União Europeia, que suspendeu temporariamente as sanções aos Estados Unidos
10 de abril de 2025 em Internacional
Presidente Donald Trump

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, anunciou no dia 9 de abril uma pausa de 90 dias na aplicação de tarifas extras para países que não retaliaram a nova política comercial norte-americana. Durante esse período, será aplicada uma tarifa universal de 10% a essas nações, numa tentativa de reduzir o conflito em múltiplas frentes e concentrar forças no principal alvo dos EUA: a China.

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Brasil, Canadá e México ficarão fora da nova rodada de sanções mais severas. O Brasil, por exemplo, segue com a taxa de 10%, já que não anunciou medidas de retaliação. Produtos comercializados dentro do acordo de livre comércio entre EUA, Canadá e México continuarão isentos de tarifas, enquanto os itens fora do acordo serão taxados em 25%.

A medida teve efeito imediato sobre a União Europeia, que havia anunciado na véspera tarifas retaliatórias sobre produtos dos EUA, previstas para entrar em vigor no dia 15 de abril. Com a trégua de Trump, o bloco suspendeu temporariamente as sanções por um período de 90 dias. O gesto sinaliza uma possível abertura para negociações mais amplas entre Washington D. C. e Europa.

Contudo, a trégua não se estende à China, que continua sendo alvo da ofensiva comercial mais dura do governo Trump. No mesmo dia 9, os EUA elevaram novamente as tarifas sobre produtos chineses, agora para um nível recorde de 125%, após já ter aumentado para 104% no dia anterior.

Horas antes do anúncio de Trump, o governo chinês havia retaliado com uma tarifa de 84% sobre todos as importações norte-americanas, com início marcado para o dia 10. Em sua rede, Truth Social, Trump classificou a medida como uma “falta de respeito da China com os mercados globais”, prometendo intensificar a resposta.

A nova rodada de tarifas sinaliza que, ao contrário de confrontos anteriores com dezenas de países ao mesmo tempo, Trump agora quer focar em um embate direto com a China. O país asiático representa cerca de 14% de todas as importações dos EUA, com produtos que vão de iPhones a brinquedos.

“Não tivemos tempo de fazer a coisa certa, o que estamos fazendo agora”, disse Trump a jornalistas, ao justificar a ofensiva comercial. Segundo ele, trata-se de uma promessa pendente de seu primeiro mandato e uma tentativa de redesenhar o comércio internacional, reduzindo a dependência global da China como “fábrica do mundo”.

Fontes: The New York Times e BBC.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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