As startups já conquistaram seu espaço no mercado mundial e são conhecidas como jovens empresas com ideias inovadoras e um potencial impacto para a sociedade, por meio de um modelo que suporte grandes crescimentos. Elas estão sempre sob o olhar de investidores que miram o sucesso das startups a longo prazo.
Nos últimos anos, toda a atenção esteve focada nos unicórnios, startups que, com grandes investimentos financeiros, crescem exponencialmente e são avaliadas em um bilhão de dólares pelo mercado. Apesar do valor alto, elas são uma aposta com futuro incerto, já que, muitas vezes, expandem-se sem ter um modelo de negócio estruturado ou uma estratégia de geração de receita bem definida.
O Brasil é o décimo país com o maior número de unicórnios do mundo, com 19 empresas. Estados Unidos e China estão no topo da lista:
Posição | País | Nº de unicórnios |
1 | EUA | 712 |
2 | China | 248 |
3 | Índia | 85 |
4 | Reino Unido | 57 |
5 | Alemanha | 36 |
6 | França | 27 |
7 | Israel | 26 |
8 | Canadá | 26 |
9 | Coreia do Sul | 22 |
10 | Brasil | 19 |
A aposta nesse tipo de empresa nos últimos anos não foi por acaso. Os EUA, assim como o Japão e muitos países da Europa, viviam uma economia de juros baixos e até negativos. Nessas condições, os investidores se arriscavam em todo tipo de negócio, inclusive o das startups unicórnios, sob a ideia de que futuramente elas deslanchariam e seriam altamente avaliadas.
O histórico da época estava a favor do movimento, já que, em anos recentes, houve forte crescimento no número de unicórnios como ByteDance, Uber, Netflix, iFood, Único, QuintoAndar e C6 Bank.
Mas, com o salto dos juros dos EUA, o Japão se recuperando de sua deflação e o Brasil com a Selic a 13,75%, os investidores perceberam que aplicar altas quantias de modo arriscado poderia não ser o melhor negócio e passaram a optar por alternativas mais seguras.
Foi então que ocorreu uma virada no mercado: se antes as unicórnios eram as mais desejadas pelos investidores, agora elas perderam a vez para as chamadas startups “camelos”.
Assim como os camelos, essas startups são consideradas resistentes e adaptáveis a diversos cenários — além de não depender de tantos recursos de investidores. Elas buscam estabilidade financeira, não apenas um crescimento exponencial rápido, e têm como principais características a cautela e a preocupação com os detalhes.
O reflexo nos números
Fugindo dos riscos e em busca das empresas camelos, os investidores recuaram no início deste ano. O investimento em startups em todo o mundo caiu 53% no primeiro trimestre de 2023 se comparado com o mesmo período do ano anterior, que já apresentava uma queda de 35% em relação ao de 2021.
Além da quantia menor, ela ficou mais concentrada. Dos 76 bilhões de dólares (364 bilhões de reais) investidos, 10 milhões foram para a OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT.
No Brasil, as startups também sofreram baixas. Segundo a plataforma Transactional Track Record (TTR), os negócios caíram 57% nos três primeiros meses do ano em comparação ao mesmo período de 2022 e o valor investido foi 75% menor, caindo de 10 bilhões para 2,5 bilhões de reais.
Fontes: Você S/A e Expert XP.