As notícias sobre previdência que costumamos ver são sempre associadas a pessoas mais velhas, mas, diferentemente do que pode parecer, quanto mais cedo esse investimento for iniciado, melhor.
“A previdência é uma forma de seguro, só que para ter uma segurança financeira ao longo da sua vida”, diz Narlon Nogueira, diretor do departamento do regime de previdência complementar do Ministério da Previdência Social.
Todas as pessoas têm um período da vida em que são mais produtivas, pois estão no mercado de trabalho como funcionárias ou empreendedoras. É quando a capacidade de fazer dinheiro e gerar riqueza é maior. No entanto, essa capacidade de trabalho muda ao longo dos anos, uma vez que a disposição e a saúde após os 60 ou 70 anos podem não ser as mesmas.
Por isso, é importante assegurar uma renda para o pós-carreira, para garantir a qualidade de vida e o sustento mesmo sem estar trabalhando, ou enfrentar eventualidades, como um acidente ou uma doença, que impeçam a pessoa de exercer a profissão. Essa é a função da previdência.
A vantagem do jovem
Seja qual for o modelo de previdência escolhido, quanto mais cedo a pessoa começar a guardar dinheiro, maior reserva terá, porque os juros vão trabalhar a favor dela.
Previdência está ligada à sustentabilidade. É a nossa capacidade de nos manter ao longo da vida, de ter um patrimônio para que nossas necessidades sejam atendidas em cada uma das etapas.
“Os jovens que em breve, com seus 18, 20 anos, estarão no mercado de trabalho devem pensar em reservar uma parte do salário, mesmo que pequena, pensando no futuro. É um compromisso dele com ele mesmo”, diz Nogueira.
Os tipos de previdência
– Previdência social
É o sistema de previdência pública, oferecido pelo governo, que inclui o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Todos os cidadãos que têm uma relação de trabalho formal, ou seja, carteira assinada, contribuem para a previdência social. O empregado já tem um desconto no salário de uma contribuição que vai para esse seguro.
No caso dos servidores públicos, existem os chamados regimes próprios de previdência social, que são fundos de previdência voltados especialmente a eles. A previdência social garante uma renda vitalícia ao aposentado ou pensionista, o que significa que o benefício é recebido até o fim da vida.
Trabalhadores informais (sem carteira assinada) e profissionais autônomos também podem contribuir com a previdência social. Nesse caso, o cidadão precisa pagar um carnê mensal com a contribuição. “Pessoas que trabalham por conta própria precisam ter uma disciplina maior para fazer o pagamento mensalmente e não ficar desprotegidas”, afirma Nogueira.
– Previdência complementar
Também pode ser chamada de previdência privada. É uma proteção adicional para o trabalhador complementar a renda. Não é obrigatória, e cada pessoa pode decidir como e quanto contribuir. Funciona como uma espécie de investimento, com a finalidade de gerar renda para momentos em que há uma interrupção da capacidade de trabalhar.
Para as pessoas que já têm a previdência social, o sistema funciona como uma renda complementar. Há diversas instituições financeiras, como bancos e gestoras de recursos, que oferecem essas opções de investimento, cada uma com determinadas regras de rentabilidade.