O desemprego entre os jovens de 16 a 24 anos voltou a bater recorde na China. A taxa de desocupação entre pessoas dessa faixa etária, excluindo estudantes, subiu para 18,8% em agosto, superando o recorde anterior, de 17,1%, registrado em julho.
Os números, divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China, são uma má notícia para a segunda maior economia do mundo. A ausência de vagas para pessoas mais jovens sinaliza que empregos não estão sendo criados, ou seja, a economia não está crescendo na velocidade necessária para garantir trabalho para novos profissionais.
“O avanço tecnológico da indústria chinesa cria uma demanda por profissionais qualificados, o que faz com que o tempo de estudo seja necessariamente maior”, afirma Alexandre Pires, professor de relações internacionais e economia do Ibmec SP. No país, a taxa de desocupação entre os trabalhadores de 25 a 29 anos está em 6,9%.
Pacotão econômico
Para tentar reverter a situação e fazer a economia voltar a ter altos índices de crescimento, o governo do presidente Xi Jinping anunciou, no fim de setembro, um pacote de estímulo econômico. A China vem registrando desaceleração desde 2010. “O país tem sofrido com as barreiras tarifárias impostas por muitas nações para conter o avanço dos produtos chineses”, afirma Pires.
A intenção das medidas é impulsionar o consumo e revitalizar o setor imobiliário, que enfrenta dificuldades desde a pandemia da covid-19, diminuindo o custo dos empréstimos bancários para estimular o crédito para empresas e facilitar a compra de imóveis.
Outra mudança importante foi a criação de um fundo de 500 bilhões de yuans (em torno de 390 bilhões de reais) para estabilizar o mercado financeiro. A intenção é que essas medidas façam o país crescer 5% em 2024.
Fontes: Valor, G1 E FGV Ibre.