As companhias de tecnologia seguem dispensando parte de seu time. As mais recentes são Spotify, que cortou 600 pessoas, e a Philips, que vai mandar embora 6 mil funcionários. Mas por que essas empresas estão fazendo esse movimento?
A resposta tem ligação com o fim da pandemia. Desde que as pessoas voltaram a circular e o meio on-line deixou de ser a única forma de comunicação e comercialização, as empresas de tecnologia, muito baseadas na internet, têm visto os lucros diminuírem drasticamente. A Amazon, por exemplo, uma gigante do comércio eletrônico, viu o lucro cair 9% no terceiro trimestre de 2022.
Quando as receitas e o lucro caem, o preço das ações na bolsa de valores tende a fazer o mesmo movimento. Apenas Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Tesla, Meta e Netflix perderam US$ 4,62 trilhões em valor de mercado em 2022, conforme levantamento do Valor Data.
Se o valor de mercado declina, os acionistas reclamam e cobram os executivos para cortar custos para recuperar as perdas. Pressionadas a diminuir as despesas, as empresas demitem.
E isso tem acontecido atualmente no mercado de tecnologia. O crescimento estrondoso puxado pela intensa digitalização durante a pandemia não se sustentou após o retorno das atividades presenciais. Por isso, muitas companhias decidiram diminuir o quadro de funcionários.
Segundo a Bloomberg, somente no mês de janeiro, 44 mil pessoas foram demitidas nas chamadas BigTechs. O número é quase metade das demissões do setor de tecnologia em 2022, que ficaram em pouco mais de 97 mil pessoas.