A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), anunciou, no dia 3 de abril, que diminuirá a produção diária em 1,6 milhão de barris, para manter a “estabilidade” do mercado petrolífero.
Essa não foi a primeira vez que a Opep+ surpreendeu o mercado com decisões de corte na produção. Em abril de 2020, no início da pandemia de covid-19 e período em que o preço do petróleo despencou 40%, a entidade divulgou o corte de 10 milhões de barris de petróleo por dia, entre maio e junho daquele ano. Na ocasião, a redução da oferta foi uma tentativa de suavizar um colapso mundial durante a fase mais crítica do avanço do coronavírus, segundo a própria organização.
Em outubro de 2022, o cenário se repetiu, e outros cortes foram decretados após o preço do barril apresentar forte queda entre junho e setembro. A redução foi de 2 milhões de barris por dia, com início em novembro. Para a reunião de abril, especialistas esperavam que o corte anterior fosse mantido, mas a Opep+ anunciou uma nova redução como complemento ao corte de outubro. A decisão foi divulgada após o preço do barril de petróleo bruto cair para 71 dólares, o menor valor apresentado nos últimos 15 meses.
Como o mercado reagiu
Seguindo a lei da oferta e da procura, assim que a queda na produção foi confirmada, o preço começou a subir, com o barril chegando a 86,44 dólares, maior valor desde o início de março. Diante desse cenário, o preço da gasolina no atacado aumentou aproximadamente 3% na manhã seguinte ao anúncio.
Como isso impacta no dia a dia
Em uma economia globalizada, cada movimentação econômica pode gerar impacto em todo o mundo. Segundo especialistas, o futuro ainda é incerto. Com a redução na produção de petróleo, haverá, nos próximos meses, menos oferta do produto, o que aumentará seu preço. O Brasil, apesar de produzir petróleo, é também um importador. Isso significa que, com o aumento do preço do barril, os combustíveis fósseis, como gasolina e diesel, devem ficar mais caros. Isso afeta todos, até mesmo quem não tem carro, uma vez que o transporte de produtos e pessoas se torna mais caro.
FONTES: FOLHA DE S.PAULO, BBC, CNN BRASIL E FINANCIAL TIMES.