Foto: Getty Images Era começo da manhã de um sábado, 7 de outubro, quando integrantes do grupo extremista Hamas cruzaram a fronteira da Faixa de Gaza, invadindo o sul de Israel. Sem precedentes, o ataque pegou o sistema de segurança de Israel desprevenido, permitindo que o Hamas matasse e sequestrasse dezenas de pessoas, entre civis e militares.
A resposta do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foi uma declaração de guerra. Até o fechamento desta edição, o número de mortos já passava de 1.500 e os feridos eram mais de 7 mil, entre israelenses e palestinos.
Além da magnitude do ataque, a data em que aconteceu fez aumentar a crença de que ele vinha sendo planejado: um dia após a Guerra do Yom Kippur completar 50 anos. O Yom Kippur, Dia do Perdão, é a data mais importante do calendário judaico. Foi nessa comemoração, em 1973, que sírios e egípcios atacaram Israel, que acabou vencendo o combate.
Efeitos na economia mundial
Ainda é incerto como os mercados globais reagirão a esse conflito em uma região economicamente importante. Tanto Israel como Palestina não são produtores de petróleo, mas a proximidade com grandes fornecedores, como Arábia Saudita e Irã (que apoia o Hamas), pode gerar queda na produção ou sanções. Se isso acontecer, o preço do recurso deve subir, provocando alta generalizada da inflação.
A economia israelense já sente o choque do conflito. Em 9 de outubro, o Banco de Israel anunciou a venda de 30 bilhões de dólares (cerca de 150 bilhões de reais) em reservas estrangeiras para estabilizar a cotação da moeda local, o shekel, que caía ao valor mais baixo em oito anos. Ao colocar mais dólares à venda, o preço da moeda tende a subir.
Para entender a região
A região entre o rio Jordão e o Mar Mediterrâneo é historicamente disputada. Em 1948, ela foi dividida entre Estado de Israel, Faixa de Gaza e Cisjordânia. A Faixa de Gaza é uma área com 41 quilômetros de comprimento e entre 6 e 12 quilômetros de largura cravada no território israelense. A região tem 2,3 milhões de habitantes (a maioria muçulmanos, que seguem o islamismo), mas suas fronteiras são controladas por Israel (maioria de judeus, que seguem o judaísmo).
O que é o Hamas
Criado em 1987, o Hamas é um grupo extremista que atua com o objetivo de reconquistar o território de Israel. Ganhou eleições em Gaza, em 2006, e a controla desde 2007. O Hamas jamais reconheceu o território israelense e os acordos de paz entre Israel e outros países árabes, como Egito. É considerado um grupo terrorista por diversas nações, entre elas, Estados Unidos e Reino Unido — mas não pelo Brasil, que segue a posição da Organização das Nações Unidas (ONU).
Fontes: Estadão, BBC, Deutsche Welle, Folha de S.Paulo, Bloomberg e InfoMoney.
