Um dos eventos mais emblemáticos do mercado financeiro, o IPO (sigla em inglês para Initial Public Offering, ou Oferta Pública Inicial, em português) marca a entrada de uma empresa na bolsa de valores (a B3, no Brasil). Pela primeira vez, essa companhia oferecerá ações ao mercado para quem quiser comprar e se tornar dono de partes dela. Gestores escolhem abrir o capital de suas empresas como forma de levantar dinheiro para investir e fazê-las crescer. Para isso, no entanto, precisam se reorganizar internamente, já que as regras para esse modelo de companhia são muito diferentes das seguidas pelas empresas de capital fechado. Assim, o processo do IPO começa muito antes do dia da estreia na bolsa.
Transparência e credibilidade
A principal mudança necessária em uma empresa para que ela faça um IPO diz respeito à governança: o modo como ela é organizada e administrada. O principal aspecto dessa nova gestão tem a ver com a transparência. Companhias de capital aberto são públicas e obrigadas a mostrar a todos os investidores (ou sócios) o que acontece internamente, das decisões mais corriqueiras aos números detalhados do balanço financeiro.
1- Planejamento e preparação da empresa
Nesta fase, a companhia se prepara em termos de governança corporativa e realiza algumas mudanças necessárias, por exemplo, criar uma área de relacionamento com investidores ou mudar a maneira como apresenta seus dados financeiros. Além disso, interage e contrata os assessores da oferta, como bancos e escritórios de advocacia.
2- Pedido de registro da empresa na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e listagem na bolsa de valores
Neste momento, a companhia envia todas as documentações e requisitos necessários para se listar e negociar suas ações. A empresa deve escolher um segmento de listagem dentro da B3. Cada segmento tem regras específicas de governança corporativa.
3- Apresentação da companhia para potenciais investidores (o chamado roadshow)
Ao longo de algumas semanas, são feitas dezenas ou centenas de reuniões em que a empresa realiza conversas com investidores para se apresentar e capturar o interesse dos investidores no negócio.
4- Informações ao público em geral sobre o IPO.
Os documentos da oferta são públicos para todos os investidores, com detalhes do histórico da empresa e dos últimos resultados financeiros, bem como a faixa de preço das ações que serão ofertadas.
5- Definição de preço e quantidade de ações pelos investidores
Na etapa de precificação, a partir da coleta de preço e intenção dos investidores, a companhia e seus assessores financeiros definem o preço da oferta e o montante final a ser captado.
6- Chegada à bolsa de valores e negociação de ações
Assim que a oferta é registrada, as ações da companhia passam a ser negociadas na bolsa de valores e ela se torna uma empresa de capital aberto. Novos investidores poderão adquirir ações da companhia na bolsa.
| O investimento em ações é considerado de risco, ou seja, o fato de aplicar seu dinheiro em ações de uma empresa não é certeza de ganho — este depende do preço de compra e do preço de venda das ações, bem como dos dividendos pagos pela companhia. Isso significa que, antes de decidir pela compra de ações de uma empresa e avaliar as chances de ganho, é preciso analisar sua gestão, saúde financeira, planos de crescimento etc. Vale também entender as perspectivas do setor e da economia do país, para considerar se o ambiente é favorável. Detalhe importante: o investimento em ações deve ser feito pensando no longo prazo, e não em ganhos imediatos. |
*Reportagem de ALMA C., 16 ANOS, E SOFIA Z., 16 ANOS.
