O planeta ferve

Ondas de calor que afetam países do hemisfério norte causam mortes e afetam a economia
8 de agosto de 2023 em Edições Impressas, Internacional

“Temperatura no Vale da Morte, nos Estados Unidos, passa de 53°C”

“Calor extremo no México chega a 51°C e causa mais de cem mortes”

“Onda de calor na Europa: incêndios atingem Grécia e Itália, que têm pico de internações”

“52°C: China registra dia mais quente da história do país”

As manchetes acima são prova das ondas de calor que vêm afetando todo o hemisfério norte desde o fim de junho, quando começou o verão por lá. As temperaturas acima de 40 graus têm provocado mortes e afetado a economia, com interrupção de jornadas de trabalho e queda da produtividade.

Os termômetros subiram tanto que, segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em inglês), o dia 4 de julho foi o mais quente já registrado na história — a temperatura média do planeta ficou em 17,18°C. A marca ajudou a tornar o mês de julho o período mais quente da região desde que as medições passaram a ser feitas.

Não bastasse o calor intenso, diversos países estão sofrendo com incêndios. A fumaça provocada pelo fogo nas florestas do Canadá chegou a afetar 120 milhões de pessoas nos Estados Unidos e foi sentida até na Europa. A Grécia precisou retirar às pressas cerca de 30 mil turistas da ilha de Rodes, tomada pelas chamas.

Na Ásia, o calor veio acompanhado de muita chuva. Na China, o tufão Doksuri matou 20 pessoas e deixou 27 desaparecidas (até o fechamento desta edição). Na Coreia do Sul, inundações provocaram 22 mortes. No Paquistão, o total de vítimas fatais da chuva chegou a 91 pessoas.

Os responsáveis pela onda de calor, segundo especialistas, são dois: as mudanças climáticas ocasionadas pelo crescimento da emissão dos Gases de Efeito Estufa (GEEs) e o aumento da temperatura causado pelo El Niño, fenômeno natural que eleva a temperatura e provoca chuvas torrenciais ou secas extremas.

Sofrem as pessoas e a economia. Os termômetros em alta afetam a produtividade, a produção agrícola e as vendas no comércio. Estudo publicado na revista Science Advances apontou que as perdas entre 1990 e 2022 chegaram a 16 trilhões de dólares (em torno de 77 trilhões de reais). As regiões mais pobres, concentradas, na maioria, ao sul do planeta, foram as que tiveram mais prejuízo.

Segundo especialistas, se nada for feito com urgência para frear as mudanças climáticas, em breve a situação será irreversível. O relógio está contra a humanidade.

Fontes: Correio Braziliense, Um Só Planeta, Estadão, Projeto Colabora, G1 e ClimaInfo.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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