Há mais de uma semana, o estado do Rio Grande do Sul (RS) tem sido fortemente castigado pelas chuvas. O número de mortes pelas enchentes já chega a 85 e o número de desaparecidos é de 132.
Além das vidas perdidas, o estado será impactado economicamente, uma vez que o comércio precisou fechar as portas, parcela da indústria local está sem insumos, a situação das estradas impede o transporte de mercadorias, plantações foram comprometidas e parte da criações de suínos e bovinos foi perdida.
Um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aponta para um prejuízo da ordem de 967,2 milhões de reais no estado, considerando os setores público e privado. Muito investimento terá de ser feito para restabelecer as cidades, o que inclui reconstrução de estradas e casas.
O comércio sentirá efeitos não só pelos dias em que as lojas estão fechadas, como também pelos estoques que foram perdidos com os alagamentos. De acordo com o Índice Cielo do Varejo Ampliado, entre os dias 30 de abril e 5 de maio, as vendas caíram 15,7% no RS, o que representa um recuo quase cinco vezes superior ao verificado no Brasil (-3,2%) na comparação com 2023. Em vestuário e bares e restaurantes, a venda despencou 49,5% e 37,8%, respectivamente. Já as perdas do setor de agronegócio estavam estimadas em torno de 506,8 milhões de reais até a tarde do dia 6. A indústria de móveis, que é muito forte no RS, também prevê problemas para continuar produzindo em razão da falta de insumos.
O preço de alimentos também deve registrar alta, o que vai agir sobre a inflação. A tragédia também deve impactar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic, a taxa básica de juros do Brasil, que será anunciada esta semana.
Os prejuízos ainda não calculados vão surtir efeito sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do país. “É muito cedo para ter uma avaliação mais clara. O Rio Grande do Sul representa 6,5% do PIB brasileiro. Passando por uma situação como essa, é claro que terá impactos no PIB nacional”, disse Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú Unibanco.
Para apoiar o reerguimento do estado, o governo promete facilitar o financiamento com uma linha de crédito para reconstrução de casas. Também suspendeu a cobrança de impostos de empresas e o adiamento dos prazos para pagamento.
Fontes: Globo Rural, O Antagonista, O Globo e Valor.