PARA A MAIOR PARTE dos africanos que vive no Quênia, cartão de crédito é coisa do passado. Há 15 anos, o país já usa o M-Pesa, um serviço financeiro para pagamento semelhante ao Pix aqui no Brasil. A diferença é que para utilizar a ferramenta não é necessário ter conta em banco, basta ter um celular e fazer um registro em um agente autorizado, que geralmente são pequenos comércios, como açougues, padarias e barbeiros. Além do registro, esses locais permitem depósitos e saques do dinheiro guardado na conta M-Pesa.
Criado, em 2007, pela operadora Safaricom, do grupo britânico Vodafone, o serviço foi importante para levar à população o acesso aos serviços financeiros. A plataforma permite a transferência de valores com um simples SMS. Para usá-la, não é necessário nem sequer ter um smartphone, um celular com as funções básicas é suficiente para transferir e receber valores e pagar contas. Segundo o site da companhia, o serviço tem hoje 51 milhões de clientes espalhados por sete nações da África, que movimentam mais de US$ 314 bilhões em transações por ano.
Com mais de 4 milhões de habitantes, Nairóbi, a capital do Quênia, é um dos maiores centros de inovação e tecnologia do continente africano. Localizada na África Oriental, a cidade tem centenas de startups, empresas novas que se baseiam no forte uso de tecnologia para conseguir um crescimento exponencial. Por essa razão, o lugar é chamado de Silicon Savana, a Savana do Silício, em referência ao Vale do Silício, no estado norte-americano da Califórnia, onde ficam as sedes de renomadas companhias de tecnologia, como Oracle, Google, Facebook e Apple.
Essas revelações sobre o continente africano foram apresentadas na série documental Expresso Futuro, apresentada pelo professor e advogado Ronaldo Lemos, no Canal Futura.
Fontes: Canal Futura, Globoplay, M-Pesa e BBC