Morreu na madrugada do dia 12 de agosto, Antônio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento e ex-deputado federal, aos 96 anos.
Um dos grandes economistas do país, ele estava internado em São Paulo desde 5 de agosto e faleceu por complicações no quadro de saúde.
Quem foi Delfim Netto
Delfim Netto era economista e foi professor, político e diplomata brasileiro. Assumiu o comando do Ministério da Fazenda quando tinha apenas 38 anos, entre 1967 e 1974, durante a ditadura militar no Brasil.
Foi um dos responsáveis pelo “milagre econômico”, uma série de medidas que gerou um período de crescimento econômico recorde de 14,4% do Produto Interno Bruto (PIB) e inflação congelada em 12% no país. Foi também um dos ministros que assinaram, em 1968, o Ato Institucional número 5, o AI-5.
Após sua passagem pelo Ministério da Fazenda, Delfim foi embaixador do Brasil na França (1975-1977) e ministro do Planejamento entre 1979 e 1985. Com o fim do regime militar, foi eleito deputado federal por cinco mandatos, permanecendo na Câmara até 2007.
Ele foi um dos parlamentares que participaram da Assembleia Nacional Constituinte (1987-1988), que elaborou a nova Constituição, em vigor desde 1988.
O político ficou conhecido como um grande incentivador do mercado de exportações do Brasil. Sua frase “é preciso fazer o bolo crescer para depois dividi-lo” é uma das mais marcantes até hoje.
Vida acadêmica
Nascido em 1928, no Cambuci, em São Paulo, Delfim era filho de mãe costureira e pai funcionário de companhia de transporte, que morreu quando ele ainda era jovem.
Em 1951, ele se formou em economia, na terceira turma da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas de São Paulo (USP). Posteriormente, tornou-se professor emérito, diretor de pesquisa e membro do conselho universitário da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP).
Em 2012, doou sua biblioteca pessoal, com mais de 100 mil exemplares, à universidade.
O economista escreveu mais de dez livros sobre a economia brasileira e diversos artigos e estudos, publicados até o fim da vida em veículos como Folha de S.Paulo, Valor Econômico e CartaCapital.
Delfim deixou uma filha e um neto. Segundo a assessoria, o velório e o sepultamento receberão apenas amigos e familiares.
Fontes: UOL, CNN, CartaCapital e Agência Brasil.