Apesar da declaração do fim de emergência de saúde global para covid-19, os impactos da pandemia permanecem. Em março de 2023, segundo dados do Serasa, 43,43% dos brasileiros estavam inadimplentes, ou seja, não conseguiram quitar suas dívidas dentro do prazo de vencimento. Esse foi o recorde desde o início do mapeamento mensal, em 2016.
Em março de 2020, período anterior à pandemia, a população maior de 18 anos com contas em atraso no Brasil chegava a 41,20%. Na ocasião, apenas o Amazonas tinha mais da metade da população devedora. Em 2023, cinco estados têm mais inadimplentes do que adultos sem pendências financeiras.
Ao todo, no Brasil, 70,71 milhões de pessoas deixaram de pagar as contas em março. A média das dívidas de cada inadimplente chega a 4,731 mil reais. Contas por uso de serviços básicos como água, luz, internet e telefone, somadas ao cartão de crédito e de lojas resultam em uma dívida de 334,5 bilhões de reais pelo país.
No topo do ranking dos inadimplentes está o Rio de Janeiro. A capital fluminense possui 52,65% da população no vermelho. Em seguida, o Amapá tem 52,44% da população inadimplente. No terceiro lugar está o Amazonas, com 52,32%, seguido por Distrito Federal (51,13%) e Mato Grosso (50,22%). São Paulo ocupa a 11ª posição, com 44,97% de moradores inadimplentes.
Entre os melhores pagadores do país estão os habitantes do Piauí. O estado possui 36,67% de inadimplentes. Já Santa Catarina apresenta 36,74% e o Maranhão, 38,41%.
O impacto econômico causado pela pandemia, somado ao desemprego, à inflação e à alta dos juros, é um dos pontos apontados por especialistas para explicar o atual cenário da alta na inadimplência do país.