Caros leitores,
Renunciar às pequenas alegrias imediatas em troca de um futuro mais seguro e próspero é um dos desafios para quem começa a navegar pelo mundo dos investimentos. Essa transição não é apenas sobre economizar, é uma transformação de comportamento e mentalidade. Na coluna desta semana vamos explorar algumas lições valiosas sobre como nossas emoções e comportamentos influenciam a construção de nosso patrimônio. Essas percepções foram extraídas do best-seller internacional que alcançou leitores em mais de 25 países: o livro A Psicologia Financeira, de Morgan Housel.
Lição 1: a fortuna oculta por trás das aparências
Temos uma tendência natural de julgar a riqueza das pessoas pelo que nossos olhos podem captar. Carros luxuosos, mansões imponentes, viagens exóticas divulgadas em redes sociais. Estes são os indicadores visíveis que muitos de nós usamos para medir o sucesso financeiro. Contudo, A Psicologia Financeira nos ensina uma lição: a verdadeira riqueza é frequentemente aquilo que não está à vista. A verdadeira fortuna se compõe dos luxos não consumidos, dos carros de luxo não comprados, dos diamantes que nunca foram adquiridos. Em essência, a fortuna real é composta por ativos financeiros que não foram transformados em bens de consumo. São escolhas invisíveis que constroem uma base sólida para o futuro.
Lição 2: a importância de economizar e investir com consistência
Acumular uma fortuna, ao contrário do que muitos podem pensar, não depende tanto dos altos rendimentos, e sim de quanto você consegue economizar de forma regular. Segundo o livro, a chave para o crescimento financeiro é a consistência, aliada ao tempo, trabalhando juntos a seu favor. Não se trata apenas de guardar dinheiro ou investir com um objetivo específico em mente, uma estratégia que presumiria um mundo previsível, o qual sabemos que não é. Mais do que uma simples acumulação de recursos, guardar e investir representa uma proteção contra as inevitáveis reviravoltas da vida. Assim, você terá mais tranquilidade e segurança para lidar com os prováveis imprevistos.
Lição 3: a sabedoria de Buffett sobre risco e necessidade
Warren Buffett, o renomado investidor, oferece-nos uma poderosa reflexão sobre a natureza humana e as decisões: “Para ganhar o dinheiro que não tinham e do qual não precisavam, eles arriscaram aquilo que tinham e de que precisavam. Isso é estupidez. É estupidez, pura e simplesmente. Arriscar algo que é importante para você em troca de algo que não é importante não faz sentido algum”. Esta citação sugere um erro frequente e grave: o de comprometer recursos vitais em troca de ganhos incertos. Uma dificuldade real em investimentos está em resistir à constante tentação de aumentar nossas metas financeiras correndo cada vez mais riscos. Muitos não percebem os perigos dessa aspiração até enfrentar consequências que os forçam a rever suas escolhas e prioridades. Então não esqueça de ponderar se vale ou não aumentar o risco.
Lição 4: atenção às influências externas em suas decisões financeiras
Esteja sempre alerta quanto às dicas financeiras de influencers que estão envolvidos em situações econômicas diferentes das suas. Ser influenciado por pessoas que “jogam um jogo diferente do seu” pode ter um impacto na maneira como você consome e administra seus investimentos. Muitas vezes, somos sutilmente influenciados por pessoas que admiramos, alimentando uma esperança de que essa admiração seja recíproca. Essa dinâmica pode levar a decisões financeiras que não apenas nos desviam dos reais objetivos, como também podem comprometer nossa saúde financeira a longo prazo.
Existem muitas outras lições importantes e temas relevantes a serem discutidos no livro. Muitas vezes, nossa relação com o dinheiro não está alinhada com nossas aspirações de longo prazo. Esse livro oferece lições na tentativa de nos fazer refletir sobre nosso comportamento em direção aos nossos verdadeiros objetivos financeiros. Com isso em mente, convido você a uma reflexão sobre as próprias metas e comportamentos.
Pergunte-se: “Meu comportamento financeiro realmente está alinhado com os meus objetivos futuros?”. Acredito que devemos nos fazer essa pergunta constantemente, porque ela nos desafia a avaliar não apenas nossas ações financeiras, como também as motivações por trás delas.
Um forte abraço e até a próxima!