![](https://www.tinoeconomico.com.br/wp-content/uploads/2025/02/Captura-de-Tela-2025-02-11-às-15.29.05-980x245.png)
Café, carne, leite, frutas. Estes itens estão entre os que mais contribuíram para a alta da inflação no ano passado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação geral em 2024, medida pelo IPCA, foi de 4,83%, mas levando em conta apenas o grupo “alimentos e bebidas”, a inflação anual foi de 7,69%.
Essa diferença ocorre porque o IPCA considera uma cesta ampla de bens e serviços, incluindo habitação, transporte, saúde e educação. Ao longo do ano, alguns itens ficam mais caros e outros, mais baratos, equilibrando o índice geral.
O forte aumento do preço dos alimentos em 2024 contrasta com a deflação de 0,52%, observada em 2023.
Clima e dólar, os culpados
A elevação dos preços dos alimentos foi impulsionada por uma combinação de fatores climáticos e econômicos. O Brasil enfrentou condições meteorológicas extremas, como seca severa em diversas regiões e a enchente histórica no Rio Grande do Sul. Esses fenômenos reduziram a oferta de produtos e impactaram a produção agropecuária.
Além disso, o valor mais alto do dólar em relação ao real deixou os produtos brasileiros mais atrativos para estrangeiros, o que estimulou as exportações de alimentos. Com mais itens do gênero sendo vendidos para fora, sobrou menos para consumo interno. Assim, os preços para o consumidor brasileiro subiram.
Principais produtos afetados
Entre os itens que mais pressionaram o índice de preços, destacam-se as carnes, que registraram uma inflação de 20,84% no ano, a maior desde 2019. O café moído também apresentou uma expressiva alta de 39,6%, a maior desde 2021. O preço médio de um pacote de um quilo chegou a quase 50 reais.
Os mais pobres foram os mais prejudicados
Nesse cenário, os mais prejudicados são as famílias de baixa renda, porque a alimentação representa uma parcela maior de seu orçamento mensal. Enquanto famílias de renda mais alta conseguem distribuir os gastos entre diferentes categorias, como lazer, transporte e serviços, aquelas com menor poder aquisitivo destinam uma parte significativa da renda à compra de comida.
Além disso, os salários dessas famílias costumam ser reajustados com base na inflação geral, que foi menor do que a inflação dos alimentos em 2024, reduzindo ainda mais o poder de compra dessas pessoas.
Fontes: IBGE, Folha de S.Paulo e CNN.