Dentro ou fora?
O ano é 1986. Você está no México, assistindo às quartas de final da Copa do Mundo entre Argentina e Inglaterra. Diego Maradona recebe um cruzamento dentro da área, pula numa disputa de bola com o goleiro e faz um gol. Você suspeita ter visto a mão de Maradona encostar na bola — mas o árbitro sinaliza o gol.
Essa controvérsia destacou a necessidade de mais precisão na arbitragem. Entra em cena a IA: em 1999, foi criado o Hawk-Eye. No tênis, essa tecnologia utiliza múltiplas câmeras para analisar a bola quadro a quadro e determinar sua trajetória, com exatidão superior à do olho humano.
Agora é 2004. Você acompanha pela TV Serena Williams no torneio US Open. A transmissão usa o Hawk-Eye para analisar lances, e você claramente vê que as decisões dos juízes de linha estão equivocadas. Esse episódio levou o US Open a optar pelo Hawk-Eye e dispensar esses árbitros.
Na Copa do Mundo de Futebol Masculino de 2022, sensores dentro da bola e câmeras em múltiplos ângulos do estádio foram usados para, com a IA, detectar casos de impedimento. Mas nem todos apreciam a justiça da ferramenta. Em 2022, em uma partida da Champions League, um gol foi anulado porque o VAR mostrou que o dedo do pé do jogador estava à frente da linha de impedimento. Fãs sentem que esse nível de precisão atrapalha o entretenimento, transformando momentos de emoção em controvérsias técnicas.