Empresas também usam inteligência artificial?
Entrevistei Mario Hime, líder de consultoria de IA da IBM na América Latina. A IBM é aquela dos supercomputadores Deep Blue (que venceu a lenda do xadrez Garry Kasparov, em 1997) e Watson (que ganhou o jogo de conhecimentos gerais Jeopardy, em 2011). Até a década passada, explica Hime, a “tecnologia barata para o processamento da grande massa de dados de que a IA precisa” ainda não era viável. Para ajudar a mudar isso, a IBM lançou, em 2023, a watsonx, plataforma em que empresas “constroem” a própria IA, de acordo com suas necessidades.
E companhias brasileiras estão surfando nessa onda. Por exemplo, grandes bancos e varejistas (como BTG e Magalu), que consomem muita tecnologia, utilizam uma ferramenta baseada em IA (chamada FinOps) que busca continuamente eliminar desperdícios no uso dos recursos de computação.
A IA pode também melhorar a experiência dos consumidores. Desde 2016, o Bradesco faz uso da BIA, baseada no próprio Watson. A BIA ajuda clientes via WhatsApp e aplicativo do banco — já teve mais de 2 bilhões de acessos.
Muitas empresas, no entanto, ainda têm receio de usar a IA. Para estas, Hime recomenda que prefiram “falhar” rapidamente em passos pequenos pela integração de IA, em vez de evitar a inovação. O maior risco é não arriscar.