OpenAI: do altruísmo ao lucro
Sam Altman, presidente da OpenAI, está no centro de uma transformação polêmica na empresa que criou o ChatGPT. Fundada em 2015, como uma organização sem fins lucrativos, a OpenAI tinha como missão o desenvolvimento da inteligência artificial para “beneficiar toda a humanidade”. No entanto, com a Altman, essa visão mudou drasticamente.
O executivo sempre soube explorar grandes oportunidades. Paul Graham, uma das figuras mais influentes do Vale do Silício, chegou a compará-lo a um jovem Bill Gates, destacando sua habilidade de conquistar a confiança de líderes poderosos.
Escolhido como presidente em 2019, Altman redirecionou a OpenAI para o lucro, afastando-se do propósito original. Bilhões de dólares de companhias de tecnologia e fundos de capital de risco estão sendo direcionados ao braço com fins lucrativos da empresa.
Essa mudança se tornou evidente durante a crise no fim de 2023, quando ele foi demitido, demonstrando o conflito entre a missão inicial e o crescente domínio do capital externo. No fim, o dinheiro prevaleceu, e Altman voltou ao comando.
A recente saída de figuras-chave, como a diretora de tecnologia Mira Murati, evidenciou ainda mais a disputa interna. Agora, com a OpenAI negociando sua transição para uma gigante lucrativa avaliada em até 150 bilhões de dólares — e Altman negociando sua participação em 7% —, resta saber até que ponto essa nova fase servirá ao bem comum.