O relaxamento da política chamada “Covid zero”, na China, vem causando aumento acelerado no número de casos e mortes pela doença. Segundo dados divulgados pelo governo chinês, em 23 de dezembro, houve 4.128 novas infecções registradas no país. Nos primeiros 20 dias do mês, calcula-se que até 248 milhões de pessoas, o que representa 18% da população chinesa, tenham sido infectadas.
O forte crescimento fez o país decidir cancelar a divulgação de dados sobre a situação da doença.
Por que a covid-19 está se espalhando na China só agora?
Desde o início da pandemia, no fim de 2019, até o início de dezembro deste ano, a China vinha adotando uma política de lockdown, obrigando a população de cidades inteiras a ficar em casa quando um único caso era detectado.
Com isso, o número de casos de covid sempre esteve controlado no país, no entanto, à custa de muito descontentamento dos chineses, que, após três anos de restrições, começaram a protestar. Ao mesmo tempo, a vacinação não recebeu tanta atenção, já que o contágio estava sob controle. Resultado: em poucos dias de liberação da circulação, o número de casos explodiu, ao ponto de fechar fábricas, já que a maioria dos funcionários ficou doente.
O temor da economia mundial
A interrupção da operação das fábricas por lá gerou preocupação no mundo todo. Isso porque boa parte das maiores companhias do mundo tem fábricas em território chinês, como Apple e Tesla. Sem produzir, as empresas não conseguem vender, o que faz o faturamento cair, colocando em risco o lucro.
Outro motivo de preocupação do mercado financeiro é o receio com a possível queda da demanda chinesa por produtos de outros países. Como segunda maior potência mundial, há o risco de a China importar menos produtos como petróleo e minério de ferro, que abastecem as indústrias.
No dia 28 de dezembro, as bolsas de Nova York fecharam em queda em virtude da preocupação do mercado com a China. A Dow Jones caiu 1,10%, a S&P 500 recuou 1,20% e o Nasdaq perdeu 1,35%.
Fontes: Poder360 e Valor Econômico.