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Entenda a prisão de Bankman-Fried, o “rei das criptomoedas”

Se condenado, ele pode pegar 115 anos de prisão
15 de dezembro de 2022 em Internacional
Sam Bankman-Fried, fundador da FTX. Foto: Alex Wong/Getty Images

Sam Bankman-Fried, fundador da FTX, a segunda maior exchange de criptomoedas do mundo, foi preso, no dia 12 de dezembro, por “crimes financeiros” contra as leis dos Estados Unidos e das Bahamas. A prisão foi decretada um mês após a empresa dele entrar com pedido de falência nos EUA, notícia que causou um grande baque no mundo cripto.

Com o pedido de falência, a organização deixa de ser obrigada a pagar seus credores. Segundo dados de um processo judicial, a FTX devia quase 3,1 bilhões de dólares aos seus 50 maiores credores. Estima-se, ainda, que cerca de um milhão de clientes perderam investimentos.

Como a FTX foi à falência

A derrocada da FTX começou quando uma das empresas do grupo, a Alameda Research, divulgou um balanço no qual 30% de suas reservas eram de FTT, token emitido pela própria FTX. A revelação fez o mercado desconfiar que Bankman-Fried estaria usando dinheiro de uma companhia para financiar a outra. Receosos, os investidores começaram a sacar o que tinham investido, o que obrigou a corretora a congelar todas a saídas de dinheiro.

O congelamento reforçou a visão do mercado de que a exchange estaria insolvente, ou seja, não teria dinheiro suficiente para devolver o que havia sido depositado pelos clientes.

Com o agravamento da crise, a Binance, maior concorrente da FTX, chegou a cogitar a compra da rival, mas desistiu do plano após analisar os dados financeiros. A decisão da Binance alarmou ainda mais os investidores, ao ponto de a FTX ser forçada a entrar com pedido de falência nos Estados Unidos e nas Bahamas.

Quem é Bankman-Fried

Sam Bankman-Fried era considerado o “rei das criptomoedas”. Ele chegou a ser comparado ao investidor Warren Buffett e também ganhou fama por suas polpudas doações para campanhas políticas de congressistas norte-americanos. Até o fim de outubro, seu patrimônio era avaliado em US$ 15 bilhões, mas após a crise com a FTX, 94% dele virou pó.

Em entrevista à BBC, Bankman-Fried negou as acusações de atividades ilegais. “Não cometi fraude conscientemente, acho que não cometi fraude, não queria que nada disso acontecesse. Certamente não fui tão competente quanto pensei que fosse”, afirmou ele à BBC.

Preso há três, se condenado, o ex-magnata das criptomoedas pode pegar 115 anos de prisão.

Fontes: BBC, CNN, Valor Econômico e Folha de S.Paulo

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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