“Como posso mudar essa realidade?” Foi essa pergunta que Evandro Mello e Deivyd Barros se fizeram antes de fundar o próprio negócio. A resposta para ambos veio da paixão pela educação financeira.
Deivyd Barros tem 17 anos e ouviu falar sobre finanças pela primeira vez aos 13, quando o irmão mostrou um investimento indicado por um amigo. Bastou o primeiro contato para ele se apaixonar pelo tema e buscar mais e mais informação. “Passava horas em frente ao computador assistindo aos vídeos de influencers financeiros”, diz.
O fascínio de Deivyd o transformou em um conhecedor do assunto. Em 2020, ele passou a produzir conteúdos de modo amador. Suas produções audiovisuais eram simples, mas com o tempo a vontade de profissionalizar o projeto foi crescendo. No ano seguinte, o jovem empreendedor convidou três amigos para se unir a ele e fundar a Investeens, que hoje tem 115 mil seguidores no Instagram e mais de 4 mil inscritos no canal do YouTube.
De sala em sala
Ensinar também é o ofício de Evandro Mello. Hoje com 30 anos, ele era apenas uma criança quando começou a se interessar por economia, mas foi na faculdade que decidiu usar seu conhecimento para ajudar outros jovens. Em 2017, quando foi dar uma palestra sobre educação financeira em uma escola pública de São Paulo, foi questionado por uma aluna: se esse tema é tão importante, por que não existe educação financeira no ensino médio?
A pergunta mexeu com ele, que na mesma madrugada começou a desenhar a Multiplicando Sonhos, uma organização sem fins lucrativos que oferece aulas gratuitas de educação financeira para jovens do 3º ano do ensino médio de escolas públicas do período noturno. Por que esse público? “Na maioria, esses jovens já trabalham e colaboram com a renda familiar.”
Focado em entender a realidade da educação financeira nas escolas brasileiras, entre 2018 e 2019, o empreendedor foi a 52 cidades, de 17 estados, para conversar com órgãos financeiros e estudantes. O resultado dessa imersão foi a criação de oito aulas de 1h30 cada, ministradas por mais de 130 voluntários, todos universitários, capacitados por ele para ensinar sobre mercado financeiro e empreendedorismo.
Em São Paulo, a aula é realizada presencialmente. Para as demais regiões, o conteúdo é apresentado por meio de videochamada ao vivo.
Alguém duvida de que eles foram capazes de mudar a realidade?