No dia 18 de janeiro, líderes e empresários reunidos em Davos para o Fórum Econômico Mundial receberam uma carta assinada por 205 milionários, de 13 países diferentes, com um pedido inusitado: a tributação de sua fortuna.
“Taxe os ultrarricos e faça isso agora. É economia simples e de bom senso. É um investimento no nosso bem comum e num futuro melhor que todos merecemos e, como milionários, queremos fazer esse investimento”, enfatizam no documento.
Esse movimento surgiu dois dias após a divulgação do relatório “A ‘sobrevivência’ do mais rico: por que é preciso tributar os super-ricos agora para combater as desigualdades”, da Oxfam, que evidenciou a concentração de riqueza e, consequentemente, o aumento da desigualdade social mundial após a pandemia de covid-19.
Ao longo da carta, intitulada “O custo da riqueza extrema” e ilustrada com fotos do presidente Lula, Joe Biden, dos Estados Unidos, e outras personalidades globais, os milionários mencionam os dados apresentados no relatório e convocam uma ação dos líderes reunidos em Davos, para discutir e traçar estratégias para uma “Cooperação em um mundo fragmentado”, tema do encontro.
No texto eles dizem ainda que o atual cenário se tornou insustentável e perigoso e a tributação da riqueza extrema é o caminho mais simples para suavizar o problema de desigualdade social mundial.
“A solução é simples para todos verem. Vocês, nossos representantes globais, devem nos tributar, os ultrarricos, e devem começar agora.”, sugerem.
Entre os nomes que assinaram a carta estão o ator norte-americano Mark Ruffalo, os herdeiros Tim Disney e Abigail Disney, o britânico Phil White e milionários alemães, italianos, suecos, indianos e de diversas outras nacionalidades que têm uma conta bancária com muitos dígitos. Nenhum brasileiro assinou o documento.
Para encerrar o pedido, eles deixam a provocação: “O que – ou quem – está impedindo você?”.