O bitcoin foi o investimento mais rentável de 2023, segundo levantamento da Economatica, especializada em informações financeiras. A valorização da criptomoeda foi de 124% no ano, contra 17,5% do segundo colocado, o Ibovespa. A cotação do bitcoin estava em 196.269,42 reais no dia 25 de janeiro de 2024. Ou seja, para ter um bitcoin era preciso desembolsar quase 200 mil reais. Não é necessário ter todo esse dinheiro para investir. É possível comprar uma fração, ainda que mínima, da moeda digital. Essa fração é como nosso centavo e denominada satoshi.
Mas, atenção: esse é um investimento considerado de alto risco. A volatilidade do preço — que sobe e desce repentinamente — é perigosa. A dica dos especialistas é que os interessados em fazer esse tipo de aplicação comprometam no máximo 5% da quantia que têm guardada nessa opção.
Quem criou o bitcoin? As regras que deram origem ao bitcoin foram criadas em 2009, por Satoshi Nakamoto, cuja verdadeira identidade ninguém conhece — não se sabe se é homem, mulher ou mesmo um grupo de pessoas. A grande inovação dessa moeda está no fato de ser descentralizada, isto é, ela não depende de um governo ou uma entidade monetária para existir, é regulada pelos participantes da rede. |
Antes de investir, o melhor a fazer é conhecer mais sobre essa criptomoeda. Confira o infográfico e entenda como funciona a criação e circulação do bitcoin.
1 – Mineração
Diferentemente das moedas tradicionais, o bitcoin não é emitido por uma autoridade monetária. Ele é minerado — termo utilizado para definir a maneira como as moedas são geradas por um sistema de computadores superpotentes. A cada dez minutos, problemas matemáticos complexos são jogados no sistema. A primeira máquina que decifrá-los recebe uma remuneração, que hoje está no valor de 6,25 BTC (sigla para bitcoin). Esse valor cai pela metade a cada quatro anos. A próxima diminuição de valor deve acontecer em abril de 2024, quando a recompensa pela mineração será de 3,125 BTC. Essa diminuição seguirá até que o último bitcoin seja minerado. A previsão de especialistas é de que isso ocorra por volta do ano de 2140.
2 – Registro
Cada problema decifrado gera uma prova de trabalho que permite que aquela moeda seja registrada na rede blockchain.
O que é blockchain? Blockchain é uma rede que nasceu com o bitcoin. Nela, todos os dados ficam distribuídos por todos os usuários. Qualquer mudança (códigos, transações financeiras etc.) feita a partir de uma máquina é replicada nas demais. Apesar de a blockchain ter nascido como tecnologia para a criação da moeda digital, com o passar do tempo ganhou novos usos, como a emissão de contratos inteligentes. |
3 – Compra e venda
As moedas registradas na blockchain ficam nas mãos de corretoras de criptomoedas. São elas que vendem os bitcoins para o público em geral. Uma pessoa interessada em fazer a compra deve criar uma conta em uma corretora, depositar um valor em dinheiro tradicional e fazer a transação para adquirir o bitcoin. O procedimento para vender a moeda é feito do mesmo modo.
4 – Dinheiro na carteira
Feita a aquisição, é hora de mandar o dinheiro da corretora para uma carteira digital. É por meio dessa carteira que os donos de bitcoins podem comprar produtos ou deixar o valor guardado como investimento. Depois que uma carteira é criada, imediatamente é gerada uma seed, sequência de palavras em inglês que serve para acessar o sistema. Esse dado não pode ser esquecido e deve ser guardado em segurança, pois não há como recuperá-lo. Perder a seed significa perder o dinheiro.
5 – Pagamento
Para comprar produtos e serviços ou fazer transferência de bitcoins para outras pessoas, o processo é muito parecido com o do Pix. Pode ser realizado pela leitura de um QR code ou usando uma chave de pagamento. Há diversas plataformas de pagamento disponíveis. Algumas aceitam somente um tipo de criptomoeda e outras, mais de uma. Com elas também dá para pagar boletos e contas corriqueiras, como de energia e telefone.