Foto: Getty Images

---

Entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro será realizada a 28ª Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas — também conhecida como Conferência das Partes, a COP 28.

Representantes de 197 países e centenas de líderes internacionais estarão em Dubai, nos Emirados Árabes, para traçar soluções que limitem o aquecimento global e diminuam os seus efeitos.

Esse é o encontro sobre mudanças climáticas mais importante do mundo, em que todos os países que assinaram o acordo climático original da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1992, marcam presença anualmente.

Agenda

Durante os primeiros dias, segundo a agenda oficial, os participantes terão reuniões e palestras sobre quatro grandes temas: tecnologia e inovação; inclusão; comunidades da linha de frente; e finanças.

Já na semana seguinte, autoridades de cada país apresentarão oficialmente suas conquistas, propostas, metas e acordos.

O Brasil na COP28

O Brasil levará para a COP28 sua maior comitiva: ao menos 12 ministros devem comparecer ao encontro. Marina Silvia, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já estão confirmados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o líder da comitiva e já embarcou para o país-sede. Além das autoridades, centenas de empresários, cientistas e ativistas brasileiros participarão dessa edição.

“O objetivo principal da COP28 é aprovar o que é conhecido como Balanço Global do Acordo de Paris. A expectativa do próximo encontro, a COP29, é definir novo patamar para financiar a ação climática e, depois disso, na COP30, o esperado é que os países apresentem suas novas NDCs [Contribuição Nacionalmente Determinada]”, destacou em nota o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, embaixador André Corrêa do Lago.

• Propostas brasileiras

Entre os objetivos do país está apresentar os resultados positivos na redução do desmatamento na Amazônia, que caiu mais de 40% desde janeiro, segundo comunicado da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Além dos avanços, o Brasil leva uma série de propostas, que devem ser debatidas durante o encontro, para que o mundo alcance as metas já acordadas. Entre elas:

1 – A criação de um fundo internacional para captar recursos de diferentes nações para a conservação de florestas tropicais em todo o mundo;

2 – Um financiamento para que produtores transformem pastagens degradadas em lavouras com uso de agricultura sustentável;

3 – Recuperação de áreas desmatadas em terras públicas, unidades de conservação e terras indígenas, em projetos de recuperação natural, concessões e projetos agroflorestais;

4 – Recuperar áreas cultiváveis deterioradas e improdutivas;

5 – Reforçar a meta de limitar o aquecimento global em 1,5°C.

Em 2015, durante a COP21, os países se comprometeram a limitar o aquecimento global a 1,5°C em comparação com os níveis pré-industriais. Cada um deles estabeleceu as próprias metas, chamadas de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) de redução de emissão de Gases de Efeito Estufa (GEEs) para colaborar pelo objetivo em comum.

A NDC brasileira estabelece que o país deverá reduzir as emissões em 48% até 2025 e 53% até 2030, em relação às emissões de 2005. Além disso, há o compromisso de alcançar emissões líquidas neutras até 2050, ou seja, todas as emissões deverão ser compensadas com fontes de captura de carbono, como recuperação de biomas e plantio de árvores.

Segundo Ana Toni, secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, o Brasil deve se destacar pelos avanços e as práticas adotadas em agricultura nacional, reflorestamento e energias renováveis.

Fontes: COP28 UAE, Senado Notícias, Globo Rural e Folha de S.Paulo.