
A morte de um papa não representa apenas o fim de um ciclo religioso. Como chefe de Estado do Vaticano e líder espiritual de mais de 1,3 bilhão de católicos no mundo, o pontífice exerce uma função de forte influência política e diplomática. Por isso, o processo de sucessão papal mobiliza a atenção global — não apenas dos fiéis, como também de chefes de Estado e observadores internacionais.
No dia 23 de abril, o corpo do papa Francisco foi trasladado para a Basílica de São Pedro, onde os fiéis poderão prestar as últimas homenagens ao pontífice. Em 26 de abril, será realizada a missa fúnebre, celebrada tradicionalmente na Praça de São Pedro.
Diferentemente de muitos dos predecessores, Francisco pediu que o enterro de seu corpo fosse realizado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma — e não nas criptas do Vaticano. Também solicitou um caixão simples, de madeira revestida de zinco, rejeitando os três caixões luxuosos de cipreste, chumbo e carvalho que costumam compor os funerais papais.
O conclave
Após o funeral, a atenção da Igreja se volta para a escolha do novo pontífice. O conclave, nome dado à assembleia de cardeais que se reúne para a eleição, deve começar até 11 de maio. Embora o costume seja aguardar 15 dias de luto, as regras permitem certa flexibilidade — especialmente para garantir a chegada de todos os cardeais eleitores a Roma.
É na Capela Sistina que os cardeais, em absoluto sigilo, realizam votações até que um dos candidatos obtenha os dois terços dos votos necessários. A cada votação, se o grupo não chega a um nome, os votos são queimados com um produto químico para que uma fumaça escura saia pela chaminé da capela.
Quando o novo papa é eleito, os votos são queimados com outro produto, para que saia uma fumaça branca.