O Brasil fechou o trimestre entre maio e julho de 2022 com uma taxa de desocupação de 9,1%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Isso significa que, ao fim desse período, dos 215 milhões de habitantes, 9,9 milhões estavam sem emprego. O número é alto e preocupa, afi nal o trabalho é o que garante a renda e o sustento das famílias. A boa notícia é que esse índice vem caindo e chegou ao menor nível desde janeiro de 2016. Na medição anterior, a taxa de desocupação estava em 10,5%. E um ano atrás, era de 13,7%.
O número de pessoas com carteira assinada subiu 1,6%, chegando a 35,8 milhões. Já a quantidade de trabalhadores informais, aqueles sem carteira assinada, cresceu 4,8% no trimestre, alcançando 13,1 milhões de pessoas, o maior nível desde que o levantamento começou a ser feito pelo IBGE. Os dados também trazem o número da população desalentada, aquela que, apesar de ter condições de trabalhar, desistiu de procurar vaga por total desesperança. Essas pessoas agora representam 3,7% da força de trabalho.
O direito e o poder do trabalho
O trabalho é um direito de todos. O artigo 23 da Declaração Universal dos Direitos Humanos diz que “todos os seres humanos têm direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego”. É o trabalho que garante a qualidade de vida das pessoas.
Além do valor que tem para cada indivíduo, o emprego é fundamental para a economia de um país, pois é o motor que assegura seu crescimento. Quando há emprego, as famílias consomem mais, estimulando a produção das indústrias, a venda nas lojas e nos supermercados e a frequência em restaurantes, cabeleireiros. Se o consumo aumenta, as empresas precisam de mais trabalhadores e contratam mais. Com mais gente trabalhando, o consumo continua crescendo, estimulando ainda mais a produção. Cria-se assim um círculo virtuoso que faz o país crescer. Por isso acompanhar a taxa de desemprego é tão importante.
Quem é o quê
O recorte dos dados também traz informações importantes, mas é preciso conhecer as nomenclaturas para entender o que representam
FORÇA DE TRABALHO
Pessoas com 14 anos ou mais que estão trabalhando ou procurando emprego (ocupadas e desocupadas).
108,5 milhões de brasileiros
TAXA DE DESOCUPAÇÃO
Porcentagem de indivíduos da força de trabalho que estão desempregados.
9,1%
OCUPADOS
Empregados com ou sem carteira assinada, trabalhadores por conta própria, trabalhadores domésticos e pessoas que ajudam nos negócios dos familiares sem remuneração.
98,7 milhões
DESOCUPADOS
Indivíduos que não estão trabalhando, mas estão em busca de um emprego.
9,9 milhões
SUBOCUPADOS
Trabalhadores com jornada de trabalho inferior a 40 horas semanais que estão disponíveis para trabalhar mais.
6,5 milhões
DESALENTADOS
Brasileiros que deixaram de procurar uma vaga porque acreditam que não vão encontrar.
4,2 milhões
RENDIMENTO MÉDIO REAL
Média do valor recebido por todos os trabalhadores por mês.
R$ 2.693
Pergunta para o especialista
Quais áreas do mercado poderiam ser desenvolvidas para proporcionar uma diminuição significativa na taxa de desemprego? – Henrique C., 15 anos
“O principal ponto para criar mais empregos é o crescimento sólido e sustentável, ou seja, por mais tempo. Porque isso geraria uma demanda contínua por mão de obra. Mais importante do que priorizar alguns setores é o desenvolvimento da economia como um todo.” – Rodolfo Margato, economista da XP