O Copom, Comitê de Política Monetária, órgão do Banco Central que determina a taxa de juro básica no Brasil, anunciou, em 3 de agosto, um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa Selic. Com isso, o juro básico subiu de 13,25% para 13,75%.
Além da informação do aumento, o Copom deu a entender no comunicado que pode voltar a fazer mais um aumento da taxa na próxima reunião, marcada para os dias 20 e 21 de setembro.
Por que o BC está subindo os juros
Desde março de 2021, o Copom vem aumentando a Selic. Com este aumento anunciado agora, a taxa de juro chegou ao maior patamar desde novembro de 2016. O movimento foi necessário para tentar conter o avanço da inflação – o índice IPCA, medido pelo IBGE, acumula alta de 11,89% nos últimos 12 meses.
Quando o Banco Central aumenta a taxa de juro, ele inibe o consumo, porque, além de o custo de crédito ficar mais alto, as aplicações financeiras se tornam mais atrativas para os investidores. Assim, menos dinheiro circula no mercado, estimulando a queda da inflação. Por outro lado, esse tipo de ação monetária tem um efeito negativo. “Com o juro alto, fica mais caro para as indústrias investir em maquinário e inovação”, diz Marcio Rochlin, economista e professor da FGV.
No longo prazo, decisões como essa podem diminuir a competitividade das empresas brasileiras e inibir o crescimento do país.
Rochlin acredita que o Banco Central tem sido muito rigoroso em sua política monetária. “O aumento do juro tem uma eficácia limitada para segurar o consumo, ao mesmo tempo que pesa muito no processo produtivo”, afirma.
Entenda o que é a taxa Selic
A taxa Selic é o juro que define o rendimento dos títulos públicos. Esses títulos públicos são papéis emitidos pelo governo para financiar seu crescimento. São considerados os mais seguros investimentos, porque têm mais solidez e podem ser revendidos com mais segurança, ou seja, têm mais liquidez.
Por ter os investimentos considerados mais seguros, o juro que o governo paga pela compra de seus títulos é considerado um piso para todo mercado financeiro. Ou seja, qualquer outro investimento, seja CDB ou LCI, precisa oferecer um juro maior do que este para ser atrativo. Por isso, quando o governo anuncia o aumento da Selic, bancos e corretoras também elevam seus juros, tanto de aplicações, como de empréstimos.