Como construir a carreira dos sonhos

No livro Power Skills: As Habilidades-Chave Para Destravar Seu Potencial Máximo, Dafna Blaschkauer conta o que fez a diferença para que se tornasse uma executiva global
9 de abril de 2024 em Edições Impressas, Entrevista
Dafna Blaschkauer

Dafna Blaschkauer sempre teve uma relação próxima com a superação. Aos 14 anos, decidiu que seria campeã brasileira de tênis. Apesar da decisão ter sido tomada um pouco tarde para o padrão dos jovens esportistas, ela teve a seu favor o foco e a disciplina.

Realizou o sonho se tornando tricampeã paulista e campeã brasileira. Jogou até os 21 anos, quando precisou tomar outra decisão importante: sair do Brasil para avançar como tenista internacionalmente ou abandonar o esporte que amava e seguir uma nova carreira. O desejo de ser independente financeiramente e o amor pelo Brasil a fizeram escolher a segunda opção.

Gabriela L., 17 anos

Foi assim que ela iniciou o curso de administração de empresas na Universidade de São Paulo (USP) e começou a trabalhar em companhias renomadas como Microsoft, Apple e Nike.

Tudo o que Dafna aprendeu desde a adolescência e usou para construir uma carreira de sucesso foi reunido no livro Power Skills – As Habilidades-Chave Para Destravar Seu Potencial Máximo.

Nesta entrevista para o TINO, ela conversou com Gabriela Garcia de Lima, de 17 anos, aluna do ITB Jardim Belval, da Fundação Instituto de Educação de Barueri (Fieb), trazendo dicas para quem busca o primeiro emprego.

Como foi seu início de carreira?

No meu primeiro ano da faculdade eu comecei a trabalhar na FEA Júnior, que é a área de consultoria da instituição. Depois, consegui um estágio na Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e, a partir do segundo ano, entrei num processo de estágio da Microsoft, que foi a empresa em que comecei a minha jornada como executiva. Duas habilidades que foram chave nessa trajetória: a disciplina e o foco.

O esporte te ajudou a desenvolver a disciplina e o foco. Quais foram as capacidades que a faculdade incentivou?

A faculdade, sem dúvida nenhuma, me ajudou a desenvolver a comunicação. Eu vim de um esporte individual; basicamente, minha comunicação era só com o técnico. Eu era muito tímida também. A partir da faculdade, tive que fazer os trabalhos em grupo e, principalmente, apresentá-los. Ali comecei a gostar muito de fazer isso. Foi nessa época que também desenvolvi a colaboração, que é superimportante para o bom trabalho em equipe.

Quando você percebeu que tinha que compartilhar essas experiências e habilidades com outras pessoas?

Eu sempre fui apaixonada por multiplicar conhecimento. Eu era aquela aluna que prestava toda a atenção possível à aula, porque aquele era meu momento de estudar. Como tinha que treinar para os torneios, eu ficava muito focada na aula, anotando tudo. E, quando meus amigos pediam, eu emprestava o caderno para que todos copiassem.

Como veio a decisão de escrever o livro?

Em 2020, quando eu morava nos Estados Unidos, trabalhando na Nike, recebi o convite da editora Gente para escrever um livro. Eu não tinha nenhum plano nesse sentido, mas sempre gostei de escrever e aceitei a proposta.

O livro reúne todo o conhecimento que eu gostaria de ter tido ao longo da minha carreira. Ele traz oito habilidades que são determinantes não só no trabalho, como na nossa vida. Só que ninguém me ensinou isso de uma maneira superestruturada. No livro eu apresento essas habilidades, digo por que são importantes, por que são determinantes, com base na minha experiência, daquilo que vivenciei.

Como surgiu o nome Power Skills?

Quando iniciei a minha jornada profissional, eu conheci o termo soft skills, que são capacidades sociocomportamentais. Não sabia exatamente o que era ou quais eram. Até que, na primeira avaliação que recebi de um chefe, ele me deu parabéns por ter batido as metas, mas disse que eu precisava melhorar as minhas soft skills.

Apesar de a tradução livre do termo em inglês para português ser “habilidades leves”, elas não têm nada de leve, não são fáceis. Sequer conseguimos medi-las. Mas essas capacidades nos empoderam e são determinantes na nossa vida e carreira. No meu entendimento, power, que significa poder, é exatamente o que essas habilidades nos entregam.

Como o jovem consegue perceber se tem ou não essas características?

Isso vem do autoconhecimento, que é uma jornada. Normalmente, quando a gente é muito nova, está descobrindo. E mesmo quando somos mais velhos, com 20, 30, 40, 50, 60 anos, nós estamos em constante transformação. O que eu queria atingir com 20 anos é diferente de hoje. Então essa jornada de autoconhecimento é contínua. Precisamos sempre fazer uma autorreflexão para responder perguntas como: do que eu gosto? Do que eu não gosto? O que eu faço bem? O que os outros reconhecem que eu faço bem?

Por onde começar?

É fundamental explorar as possibilidades. Só quando a gente explora, sabe aquilo de que vai gostar. Para escolher o tênis, eu fiz muitos outros esportes. Para eu me apaixonar pela minha carreira por vendas, fiz estágios e consultoria em várias outras áreas.

Quais conselhos você daria para um jovem que está começando na carreira e pensando no primeiro emprego?

Meus conselhos são: 1. Aprenda a desenvolver bons hábitos — rede social é um mau hábito, não desperdice seu tempo com isso. 2. Tenha consciência da importância da sua saúde física, emocional e mental. 3. Saia para a rua, pois é na rua que as coisas acontecem. Respire e observe.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

Já tem cadastro?

Acesse!

Não tem cadastro?

Assine!