A inflação no Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,39% em novembro, segundo dados divulgados em 10 de dezembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número mostra um ritmo mais lento de aumento em relação a outubro, quando foi registrada alta de 0,56%. Os itens que mais subiram foram carnes e passagens aéreas.
Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada chegou a 4,87%, um pouco acima do período anterior, em que foi de 4,76%. No ano de 2024, o IPCA acumula alta de 4,29%, muito próximo do teto da meta de inflação para o ano, de 4,50%.
O grupo alimentação e bebidas teve alta de 1,55% e foi o que mais impactou a inflação em novembro. O preço da carne subiu, em média, 8%, com cortes como alcatra, contrafilé e costela aumentando mais de 7%. Outros produtos, como óleo de soja (11%) e café moído (2,33%), também ficaram mais caros.
Comer fora de casa também pesou no bolso: refeições subiram 0,78% e lanches, 1,11%. Esses aumentos são explicados por uma menor oferta de bois para abate e pelo aumento das exportações de carne brasileira, que deixa menos produtos disponíveis no mercado interno.
O grupo transportes teve alta de 0,89%. O preço das passagens aéreas disparou 22,65%, um dos principais motivos para a alta do setor. O aumento foi impulsionado pela maior procura por viagens no fim de ano. Por outro lado, combustíveis como gasolina e etanol registraram quedas pequenas, ajudando a reduzir o impacto.
Luz mais barata
O grupo habitação teve uma queda de 1,53%, principalmente porque a conta de luz ficou 6,27% mais barata. Isso aconteceu porque, em novembro, entrou em vigor a bandeira tarifária amarela, que é mais barata do que a vermelha, usada anteriormente. Em algumas regiões, como Brasília e São Paulo, também houve reduções extras em virtude de reajustes tarifários locais.
O que esperar para dezembro
Os economistas estão atentos, já que para cumprir a meta de inflação para 2024, o índice de dezembro não pode ultrapassar 0,20%. No entanto, o aumento de preços em alimentos e serviços neste fim de ano pode dificultar o controle.
Além disso, o resultado de novembro aumenta a pressão sobre o Banco Central, que pode optar por subir os juros novamente para tentar conter a inflação na reunião marcada para o dia 11 de dezembro.
Por que isso importa?
A inflação reflete diretamente no custo de vida das pessoas, especialmente em itens essenciais como comida e transporte. Quando os preços sobem mais do que os salários, o poder de compra diminui, afetando o orçamento das famílias.
Para diminuir a alta dos preços o principal instrumento é o juro. Com juros mais altos, as compras a prazo ficam mais caras, o que inibe o consumo, favorecendo a queda dos preços.
Fonte: IBGE.