No dia 18 de junho, o ativista Sikh Hardeep Singh Nijjar foi morto no estacionamento de um templo de sua religião na cidade canadense de Vancouver. O assassinato deu início a uma briga diplomática entre os dois países. Isso porque o Canadá alega que há indícios de que o governo da Índia poderia estar envolvido no crime.
A Índia, por sua vez, diz que as acusações são absurdas e infundadas e acusa o Canadá de interferir nos assuntos internos da nação. Nijjar foi declarado terrorista pelo governo indiano em 2020, décadas depois de ter deixado o país. A capital, Nova Délhi, acusava-o de liderar um grupo chamado Khalistan Tiger Force.
Além da troca de acusações, ambos os países expulsaram diplomatas, ato que representa que a relação entre as duas nações passa por um momento de crise.
Mas por que a Índia mataria um indiano no Canadá?
Aos 45 anos, Nijjar fazia parte da minoria sikh, que possui um movimento separatista que pretende tornar seu território, conhecido como Khalistão, independente da Índia. Quando foi morto, o ativista estava organizando um referendo não oficial sobre a independência dos sikhs.
As implicações econômicas da crise
O Canadá e a Índia, duas das maiores economias do mundo, são ex-colônias britânicas e membros da Commonwealth, comunidade britânica de nações. Com 1,4 bilhão de habitantes, a Índia é o país mais populoso do planeta e tem ganhado cada vez mais força na economia mundial. Com um aumento do PIB de 7,8% no segundo trimestre de 2023, foi a nação com maior crescimento no período, superando a vizinha China, que subiu 6,3%.
A potência indiana é um dos fatores que tem feito outros países não se envolverem na crise. Ainda que o Canadá seja um país aliado e vizinho dos Estados Unidos, o governo de Joe Biden, presidente dos EUA, acredita que a Índia possa ser um contrapeso crucial na sua rivalidade com a China.
Quem são os sikhs
Os sikhs são os representantes do sikhismo, uma religião indiana monoteísta, que acredita em um único deus. Os homens dessa religião costumam manter a barba comprida e são proibidos de cortar os cabelos, que ficam sempre protegidos por um turbante.
Os homens trazem a palavra Singh, que significa leão, como sobrenome, e as mulheres utilizam Kaur, que significa princesa.
Estima-se que 2% da população indiana seja composta por sikhs. Já a maior parte do país, cerca de 80%, é hindu. A maior comunidade sikh fora da Índia fica no Canadá.
Fontes: Estadão, Valor Econômico, Nexo e Wikipédia.
