Precisamos melhorar a nossa educação financeira. Essa é a conclusão que se tira a partir dos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Essa iniciativa, da Organização Para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aplica uma prova a cada três anos em alunos de 15 anos.
Além de avaliar e comparar o desempenho dos estudantes de diferentes regiões e países em leitura, matemática e ciências, o exame analisa outros conhecimentos e habilidades, como aqueles relacionados a dinheiro.
O relatório sobre educação financeira, divulgado em junho, trouxe o resultado da avaliação de cerca de 98 mil estudantes, de 20 economias globais, incluindo o Brasil, que atingiu o índice de 416. O país ficou na terceira pior colocação, à frente apenas de Arábia Saudita e Malásia — e muito abaixo da média de todos os participantes, que foi de 498.
O retrato do Brasil
Entre os adolescentes brasileiros, 45,1% tiveram baixo desempenho. Isso significa que, no melhor dos casos, eles conseguem reconhecer a diferença entre necessidade e desejo, tomar decisões simples sobre gastos cotidianos e entender documentos financeiros do dia a dia, como um boleto. Veja outros resultados:
– 45% atingiram o menor nível ou ficaram abaixo dele, enquanto a média geral foi de 18%.
– 2% alcançaram o nível mais alto de desempenho em educação financeira. A média dos demais países e regiões avaliados foi de 11%.
– 63% se sentem confiantes na capacidade de gerenciar o próprio dinheiro, contra 80% nos demais locais.
– Menos de um terço tem uma conta bancária, muito abaixo da média de 63% dos analisados pela OCDE.
MOTIVOS PARA SABER FINANÇAS As decisões financeiras têm um impacto profundo na vida das pessoas em sociedade. – Jovens bem-educados financeiramente são mais propensos a evitar dívidas, planejar o futuro e alcançar independência financeira. – Pessoas com conhecimento financeiro consomem de modo consciente e são mais preparadas para enfrentas crises. – A educação financeira pode ajudar a reduzir as desigualdades sociais. Jovens de baixa renda que dispõem de conhecimento financeiro têm uma chance maior de quebrar o ciclo da pobreza. |
Fontes: OECD (2024) e Pisa 2022 –“Volume IV: how financially smart are students”.