Em 2023, os brasileiros gastaram entre 40 bilhões e 50 bilhões de reais em apostas esportivas. Cerca de 0,73% do orçamento das famílias foi destinado aos jogos. Para as classes D e E, que representam 40% dos apostadores, a parcela da renda comprometida sobe para 1,38%.
Desde 2018, os gastos com apostas cresceram 419%, enquanto as despesas com lazer, cultura e itens pessoais caminham na direção oposta. O cenário indica que as quantias, antes usadas para esses fins, estão sendo redirecionadas para as apostas, de acordo com o estudo “O impacto das apostas esportivas no consumo”, divulgado pela PwC Strategy&.
Recorde de pedidos de licença
Para especialistas, ainda que 60% dos apostadores digam que mais perderam do que ganharam dinheiro com apostas, o mercado tem espaço para crescer — e muito. Isso porque o governo aprovou, em 2023, uma lei sobre as bets, regulamentada em 2024, abrindo espaço para que empresas entrem nesse mercado oferecendo produtos de apostas. Em agosto, o Ministério da Fazenda recebeu 113 pedidos de licenças, de 108 companhias diferentes, para atuar no setor.
O volume de solicitações superou o esperado. Se todas as empresas interessadas forem aprovadas dentro das regras previstas em lei, o Ministério deve receber 3,4 bilhões de reais com as licenças, valor cinco vezes maior do que o previsto inicialmente.
A partir de janeiro de 2025, a regulamentação entrará em vigor e o governo poderá monitorar e recolher os impostos desse mercado. A expectativa é de que a arrecadação supere 12 bilhões de reais por ano. Os especialistas temem que a regulamentação aumente o número de apostadores e a renda que estes destinam aos jogos, afetando o consumo, a inadimplência e a economia do país.
Fontes: PwC, Agência Brasil e Estadão.