Depois de um início de operação conturbado em consequência das invasões do STF (Supremo Tribunal Federal), Palácio do Planalto e Congresso Nacional, no dia 8 de janeiro, o mercado financeiro se recuperou ao longo do pregão do dia 9.
Durante toda a manhã, o Ibovespa, principal índice da B3, a bolsa brasileira, operou em baixa. Às 11h56, a queda era de 0,29%, aos 108.653 pontos. No mesmo horário, a cotação do dólar subia 1,26%, a R$ 5,30. Mas, no período da tarde, por volta de 16h, houve uma recuperação estimulada pelas medidas anunciadas pelo governo. O mercado fechou em alta de 1,23%, aos 108.964 pontos. Já o dólar cedeu um pouco, mas manteve alta de 0,41%, fechando a R$ 5,25.
O temor dos investidores em relação às invasões era de que o problema institucional se sobrepusesse ao econômico, atrasando a adoção de medidas para conter os gastos públicos e estabilizar a economia do país.
Patrimônio histórico e artístico destruído
Os prédios-sede dos poderes Executivos, Legislativo e Judiciário foram invadidos e depredados por manifestantes insatisfeitos com o resultado das eleições.
A destruição atingiu até obras de arte e o patrimônio histórico brasileiro. Entre os objetos, um relógio fabricado pelo francês Balthazar Martinot, trazido ao Brasil por D. João VI, foi quebrado. O quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti, recebeu seis perfurações. O painel Araguaia, instalado por Marianne Peretti, em 1977, na Câmara dos Deputados, foi quebrado. Também a escultura A Justiça, do artista Alfredo Ceschiatti, que fica em frente ao palácio do STF, foi pichada.
Consequências das invasões
Ainda na tarde do dia 9, o presidente Lula decretou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal até o dia 31 de janeiro. Na prática isso significa que o governo distrital deixa de ter o controle das polícias locais. O interventor nomeado por Lula foi Ricardo Cappelli, homem de confiança de Flávio Dino, ministro da Justiça.
Após essa decisão federal, na madrugada do dia 9, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, pelo prazo de 90 dias. O ministro também determinou que a polícia desmonte os acampamentos instalados na frente de quartéis-generais em todo o Brasil.
Nota conjunta
Os presidentes dos Três Poderes da República divulgaram, no fim da manhã do dia 9, uma nota conjunta em defesa da democracia. No texto, eles dizem rejeitar os “atos terroristas, de vandalismo, criminosos e golpistas”.
“Estamos unidos para que as providências institucionais sejam tomadas nos termos das leis brasileiras. Conclamamos a sociedade a manter a serenidade, em defesa da paz e da democracia em nossa pátria. O país precisa de normalidade, respeito e trabalho para o progresso e justiça social da nação.”
Assinaram a nota, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o presidente em exercício do Senado Federal, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber.
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