Na madrugada de 19 de julho, um apagão virtual causado por um erro de atualização de um dos serviços da empresa CrowdStrike prejudicou diversos serviços pelo mundo.
Milhares de pessoas relataram o aparecimento de tela azul, que representa uma falha no sistema digital, em computadores com o sistema Windows e telas de aeroportos de diversos países. Meios de transporte, hospitais, emissoras de televisão, bancos e canais de mídia também foram afetados.
Segundo a empresa, o apagão não foi resultado de um ataque cibernético ou qualquer incidente de segurança. Em nota, a companhia garante que o problema foi isolado e uma correção foi implantada na manhã do mesmo dia.
O que faz a CrowdStrike?
A CrowdStrike é uma empresa global que atua na área de segurança cibernética e inteligência de ameaças. Sua plataforma é alimentada por inteligência artificial e desenvolvida em nuvem.
Criado em 2011, o serviço prestado pela organização é utilizado por diversas empresas para gerenciar a segurança de computadores e servidores que utilizam o sistema Windows.
O que gerou o apagão?
O apagão ocorreu após um problema na atualização do software de segurança chamado CrowdStrike Falcon, que é utilizado pela Microsoft. A ferramenta foi lançada em 2013 e reúne um conjunto de tecnologias para impedir ataques hackers.
Esse erro deixa os computadores da Microsoft desconectados, fazendo com que as máquinas busquem uma recuperação do sistema e, por isso, não iniciem corretamente. Clientes que utilizam os sistema MAC e Linus não foram afetados, segundo nota enviada pela empresa ao jornal Folha de S.Paulo.
Quais serviços foram afetados?
Versões do Windows são utilizadas em 95% dos computadores do mundo, por isso o apagão ganhou escala global.
Nos Estados Unidos, as companhias aéreas United e Delta paralisaram todos os voos pela manhã. Já a American Airlines atrasou as decolagens e logo retomou a operação. Na Espanha, o incidente também paralisou as operações aéreas. Aeroportos da Austrália, Alemanha, Amsterdã e Hong Kong foram fechados horas após o apagão. No Reino Unido, além da paralisação aérea, as viagens de trem enfrentaram dificuldades nos serviços e as autoridades emitiram um alerta para possíveis cancelamentos. Já o aeroporto de Cingapura, um dos mais movimentados do mundo, passou a realizar check-in de forma manual para não atrasar o fluxo aéreo.
A Sky News, grande emissora de notícias do Reino Unido, ficou parcialmente fora do ar. Na Austrália, a ABC teve a programação paralisada. Interrupções na transmissão também foram registradas em diversos países da Ásia e da Europa.
Os sistemas de saúde da Nova Zelândia e da Alemanha sofreram impactos e cancelaram cirurgias eletivas (que não se enquadram como emergência). Os serviços de farmácias e clínicas médicas também tiveram alterações.
Diversos outros problemas de tecnologia foram relatados: serviços bancários estiveram desconectados nas primeiras horas do dia. Bancos da África do Sul anunciaram que todos os serviços foram afetados e apresentam problemas. Na Australia a mesma situação foi registrada.
Os impactos no Brasil
No Brasil, clientes relataram que aplicativos de alguns dos bancos do país estão fora do ar. Bradesco, Neon, Next e Pan foram os principais atingidos e ainda apresentam instabilidade.
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), alguns sistemas chegaram a ser temporariamente afetados em diferentes escalas, mas não houve problemas relevantes nos serviços. Já o Banco Central do Brasil (BC) anunciou que seus sistemas seguem funcionando normalmente.
O aeroporto Viracopos, localizado em Campinas (SP), sofreu com os impactos do apagão, segundo a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos. A companhia Azul Linhas Aéreas, que compõe a maior parte do fluxo do aeroporto, emitiu um comunicado sinalizando problemas gerados pelo incidente e avisou que possíveis atrasos poderem acontecer. Outros aeroportos não registraram intercorrências.
Fontes: UOL, G1 e Folha de S.Paulo.