
Um salário de 183 milhões de euros anuais (cerca de 1,1 bilhão de reais) e 5% da propriedade do time Al Nassr, da Arábia Saudita — esta foi a proposta que o clube fez para Cristiano Ronaldo, um dos maiores jogadores do mundo, na renovação de seu contrato, de acordo com o jornal Al Riyad.
Além do volumoso salário, que muitas equipes estariam dispostas a pagar para ter o craque, o clube saudita apostou em outro benefício financeiro para mantê-lo — este ainda pouco convencional no esporte — algo semelhante ao stock options das grandes empresas.
O modelo usado no mercado corporativo oferece a possibilidade de que funcionários comprem ações da companhia por um valor preestabelecido, geralmente menor do que o que é ofertado no mercado, durante um prazo determinado. Essa é uma prática comum desde 1950. O objetivo do stock options é atrair e reter talentos, em troca de uma participação na empresa e nos lucros da companhia, alinhando interesses com o objetivo de crescimento conjunto.
A proposta do Al Nassr para Cristiano Ronaldo, no time desde 2022, é semelhante e tem a mesma motivação: manter o jogador. Ou seja, caso o atleta assine o contrato, será sócio do Al Nassr, dono de 5% da companhia de futebol e poderá participar, além das dinâmicas em campo, de decisões estratégicas, como compra e venda de jogadores, investimentos e patrocínio. Além de lucrar com o crescimento do clube, claro.
“No futebol mundial esse modelo de contrato não é muito comum, mas existem casos, como o do jogador David Beckham com o Inter de Miami. No Brasil também já tivemos operações desse tipo, e eu diria que o modelo deve se tornar cada vez mais comum”, afirma Fernando Ferreira, economista e fundador da Pluri Sports Capital, empresa responsável por algumas dessas negociações no país.
Para especialistas, a mistura de esporte com práticas corporativas dá início a um novo momento no futebol, pois incentiva que os jogadores se tornem parceiros estratégicos dos clubes.
O chamado “contrato do século”, oferecido ao português, além de o posicionar como o mais bem pago do mundo, demonstra a confiança da diretoria em tudo o que ele representa e o desejo de construir um futuro ainda mais lucrativo juntos — um incentivo a mais para a renovação da parceria.
Até o fechamento desta reportagem, clube e jogador não haviam comunicado oficialmente a proposta e a assinatura do contrato.
Fontes: CNN, Globo Esporte, Exame, AL Riyad e Marca.