
Quando os preços sobem, ou seja, quando há inflação, todos sentem, mas os mais pobres sentem mais. Isso porque, proporcionalmente, famílias de baixa renda usam uma fatia muito maior de seus ganhos para pagar o que é básico, como comida, gás de cozinha, transporte público e energia elétrica.
Um exemplo pode facilitar esse entendimento: pense em uma pessoa que recebe um salário mínimo e outra que recebe 10 salários mínimos por mês. Enquanto a primeira tem uma renda de 1.518 reais, a segunda ganha mais de 15 mil reais.
Considerando que o valor da cesta básica — hoje por volta de 800 reais — é o mesmo para as duas pessoas, a primeira vai gastar quase metade da renda com a compra de alimentos, e a segunda vai comprometer apenas 5,87%. Ou seja, quando o preço do arroz, feijão ou leite sobe, o impacto é muito mais sentido nas camadas mais vulneráveis.
Além disso, os mais pobres sofrem com a falta de alternativas. Uma família de renda mais alta pode trocar o carro pelo transporte público, diminuir as idas ao restaurante ou cortar uma viagem. Já uma família de baixa renda, que já vive no limite, não tem onde cortar. Se a comida encarece, a única solução é comer menos ou trocar os itens por outros de pior qualidade.
O que é inflação
É o aumento generalizado dos preços. Normalmente acontece porque as pessoas estão comprando mais ou a oferta de produtos está menor do que a intenção de compra dos consumidores. Há vários órgãos que medem a inflação. O indicador oficial do Brasil é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).