O novo mapa comercial do mundo

Com tarifas agressivas e pressão sobre aliados, o governo Trump reposiciona os EUA no centro de uma disputa global por influência e poder econômico
8 de abril de 2025 em Edições Impressas, Internacional
Foto: Getty Images

Dois de abril foi batizado por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, de Dia da Libertação. Nessa data, ele divulgou as tarifas que passaram a ser cobradas de 185 países que vendem produtos aos norte-americanos para, segundo o governante, restaurar a justiça.

+ Trump dá trégua de 90 dias na guerra comercial, mas mantém pressão sobre a China

A decisão fez com que as bolsas de valores de todo o mundo despencassem nos dias seguintes ao anúncio. Na visão de muitos especialistas, as medidas mudam o cenário global de livre comércio (ou seja, compra e venda livre ou com tarifas muito baixas) para um mapa de protecionismo (que desestimula o comércio entre nações para favorecer os mercados internos).

O maior temor é de que o tarifaço diminua a atividade econômica, provocando uma recessão mundial. “A lógica por trás das tarifas de Trump é fortalecer a economia local, mesmo que isso custe a ruptura de parcerias históricas”, diz Alexandre Pires, professor de relações internacionais e economia do Ibmec.

O anúncio de 2 de abril se soma a medidas anteriores, que atingiram principalmente México, Canadá e China. No infográfico você confere algumas delas (até o fechamento desta edição do TINO Econômico).

Apenas 24 horas depois do tarifaço entrar em vigor, Trump anunciou uma pausa de 90 dias na aplicação de tarifas. Manteve apenas a tarifa universal de 10% às Nações. O presidente americano só não aliviou para a China, que seguirá com uma tarifa de 125%.

A nova rodada de tarifas sinaliza que, ao contrário de confrontos anteriores com dezenas de países ao mesmo tempo, Trump agora quer focar em um embate direto com a China. O país asiático representa cerca de 14% de todas as importações dos EUA, com produtos que vão de iPhones a brinquedos.

“Não tivemos tempo de fazer a coisa certa, o que estamos fazendo agora”, disse Trump a jornalistas, ao justificar a ofensiva comercial. Segundo ele, trata-se de uma promessa pendente de seu primeiro mandato e de uma tentativa de redesenhar o comércio internacional, reduzindo a dependência global da China como “fábrica do mundo”.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

Já tem cadastro?

Acesse!

Não tem cadastro?

Assine!