
No dia 5 de março, o embaixador brasileiro André Corrêa do Lago fez seu primeiro discurso na Organização das Nações Unidas (ONU) depois de tomar posse como presidente da Conferência Sobre Mudanças Climáticas, a COP30. Entre as prioridades que ele apresentou para esta COP, que será em novembro deste ano, no Brasil, está: “Acelerar a implementação do Acordo de Paris com soluções estruturais e de impacto no regime climático multilateral, incluindo governança global e arquitetura financeira”, disse.
O Acordo de Paris foi assinado há dez anos, quando 196 nações se comprometeram a diminuir a emissão de gases que causam o aquecimento global e transferir verbas para ações de sustentabilidade em países em desenvolvimento. Porém, a diminuição dos gases não ocorreu, tampouco os recursos foram repassados.
“Arquitetura financeira” ou “financiamento climático” são termos que aparecem constantemente nas notícias sobre a COP e, simplificando, significam dinheiro. Sem ele, as ações para enfrentamento da crise climática são mais difíceis de se realizar. Esse tema tem sido conflituoso, porque a proposta é que as nações mais ricas (historicamente maiores emissoras de Gases de Efeito Estufa – GEEs) transfiram recursos para os países em desenvolvimento (menos poluidores).
Em 2024, havia a expectativa de que a COP29 terminasse com um compromisso de 1,3 trilhão de dólares (cerca de 5,8 trilhões de reais) de investimento por ano entre 2026 e 2035. Porém, o acordo final chegou a apenas 300 bilhões de dólares.
Para onde vai o dinheiro?
O financiamento climático é necessário para o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias, obras de infraestrutura, transporte, adaptação climática, recuperação de áreas e populações atingidas, entre outras ações. O desafio é grande, porque será necessária a mudança da atual organização da economia para deixar os ambientes mais preparados para o enfrentamento de enchentes, secas, temperaturas altas, por exemplo, e para a diminuição das emissões de GEEs.
Quem paga a conta?
Mobilizar tanto recursos governamentais como privados para financiar os custos das mudanças é complexo. Os Estados Unidos declararam, em janeiro, a saída do Acordo de Paris e a revogação do seu Plano Internacional de Financiamento Climático. Com isso, a fonte financeira — que já era pouca — diminuiu.
Fontes: O Eco e cop30.br.