Considerando que os Estados Unidos são a maior potência mundial, qualquer mudança que acontece por lá afeta todo o mundo. A saída do democrata Joe Biden para a chegada do republicado Donald Trump leva à Casa Branca um governante que pretende “fechar” o país.
Uma parte central da política comercial de Trump é a imposição de barreiras sobre importações, especialmente de países como a China. O político propõe uma tarifa universal de 10% sobre todas as importações, com taxas mais altas para produtos chineses, buscando incentivar a produção doméstica e reduzir o déficit comercial.
Segundo Celso Grisi, professor da FIA Business School, essa política econômica mais protecionista tende a fortalecer o dólar e dificultar as exportações brasileiras, o que coloca a economia do país em um cenário desafiador. “O fortalecimento do dólar aumenta o preço dos produtos importados e acaba aumentando a inflação.”
Alta do dólar e protecionismo
Além do fortalecimento do dólar, as barreiras tarifárias dificultam a entrada de produtos brasileiros no mercado norte-americano, que é o segundo maior mercado consumidor de produtos brasileiros.
O principal alvo de Trump com essas medidas é a China, e isso também reflete negativamente no Brasil.
Se os países asiáticos diminuírem as vendas para os Estados Unidos, poderão enfrentar recessão. “Se a China desacelerar, certamente vai diminuir o seu apetite por commodities brasileiras como minério de ferro e soja, o que pode ser ruim para o Brasil”, afirma Grisi.
Apesar de enxergar o protecionismo de Trump como uma tentativa de proteger empregos nos EUA, o professor destaca que esse tipo de medida deve ser moderado para evitar consequências adversas no mercado global. “Entre o discurso de um candidato e o discurso de um presidente eleito, espero que a moderação se instale para proteger o mercado norte-americano de forma mais pragmática.”