O que os dados de emprego revelam sobre a economia

O número de pessoas desocupadas diminuiu, com aumento de contratações na indústria, comércio e setor público
5 de novembro de 2024 em Edições Impressas, Nacional
Foto: Getty Images

Entre os meses de julho, agosto e setembro, o desemprego caiu 6,4%. Foi a segunda menor taxa em toda a série histórica da medição, que começou a ser feita em 2012. O Brasil tem hoje o maior número de pessoas ocupadas: 103 milhões. Esses dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A quantidade de pessoas desocupadas no período fechou em pouco mais de 7 milhões. Para ser considerado desocupado, o indivíduo tem que estar procurando emprego. Os que não estão empregados nem estão buscando ocupação são chamados de desalentados.

O crescimento foi impulsionado principalmente pela indústria e pelo comércio. O setor público também alcançou um novo recorde, somando 12,8 milhões de trabalhadores. O número não representa aumento em relação ao trimestre anterior, mas fica 4,6% acima do que foi registrado no mesmo trimestre em 2023. Segundo o IBGE, é comum haver aumento de vagas no setor público em anos eleitorais.

O que isso significa?

O aumento do emprego é um sinal de que a economia está crescendo, afinal, empresas só precisam contratar mais mão de obra quando a procura por seus produtos ou serviços se torna maior.

No caso de um salão de cabeleireiro, por exemplo, o estabelecimento só vai contratar novos profissionais se o número de clientes subir. Já uma fábrica que produz papelão só vai ampliar a quantidade de trabalhadores se precisar entregar um volume maior de seu produto.

Segundo especialistas, três acontecimentos favoreceram a queda do desemprego: a liberação de pagamento de precatórios no início do ano, o décimo terceiro dos aposentados e o aumento do salário mínimo. “Todos esses fatores acabaram aquecendo a atividade econômica, com isso, houve um crescimento da demanda na produção e no comércio, aumentando o nível de emprego”, afirma José Carlos de Souza Filho, professor da FIA Business School.

O histórico do desemprego

Desde que a medição do IBGE começou, o menor nível de desemprego foi registrado no trimestre outubro/novembro/dezembro de 2013, com um índice de 6,3%. O maior ocorreu durante a pandemia, quando a taxa de desocupação chegou a 14,9%, no terceiro trimestre de 2020.

Com ou sem registro

Analisando os empregos formais (com carteira assinada) e os informais (sem carteira assinada) houve aumento nas duas medições. O total de empregados com carteira assinada no setor privado aumentou 1,5% no trimestre, atingindo em torno de 39 milhões de trabalhadores. E o número de empregados informais cresceu 3,9% no período, totalizando 14,3 milhões.

A taxa de informalidade registrada pela pesquisa foi de 38,8% da população ocupada, pouco maior do que os 38,6% do trimestre encerrado em junho e menor do que os 39,1 % apurados no mesmo trimestre de 2023. É fundamental observar esses números, porque sinalizam quantas pessoas não têm os direitos trabalhistas assegurados, como aposentadoria pelo INSS ou Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Fontes: IBGE e Agência Brasil.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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