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CDBs: como balancear risco e rentabilidade

Por Gilberto Gil Passos, fundador da Olimpíada Brasileira de Investimentos
17 de outubro de 2024 em Opinião Jovem, Público

Prezados leitores,

Vocês já perceberam que os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) disponíveis no mercado apresentam taxas bastante variadas? Ao acessar um aplicativo de investimentos, é possível encontrar um CDB oferecendo 100% do CDI, outro, 120%, e até um terceiro com 150%. Mas por que tanta diferença? Na nossa coluna de hoje, vamos explorar algumas das principais métricas que os ajudam a entender o que está por trás dessas taxas e como avaliar os riscos envolvidos, para que possam tomar uma decisão de investimento mais informada.

As distinções nas taxas dos CDBs estão relacionadas ao nível de risco de cada banco e à liquidez desse investimento. Um banco grande e sólido, com baixo risco de quebra, tende a oferecer uma taxa menor, já que a probabilidade de não conseguir pagar o investidor é muito baixa. Por outro lado, uma instituição menor ou menos conhecido precisa atrair investidores oferecendo uma taxa de retorno maior para compensar o risco mais elevado. Assim, a lógica é simples: quanto maior a taxa oferecida, maior tende a ser o risco. Isso não significa que investir em CDBs de bancos menores seja uma má escolha, e sim que é essencial analisar o risco antes de investir.

Existem algumas métricas e fontes de dados que vocês podem usar para avaliar um CDB:

Rating do Banco: algumas empresas possuem uma classificação de risco, ou rating, fornecida por agências como Fitch, Moody’s ou Standard & Poor’s. Um rating alto indica que a empresa é considerada menos arriscada. Vocês podem encontrar um relatório das companhias classificadas pelo rating em Guia de Rating da XP. Assim, é possível identificar a classificação de risco tanto de empresas, para avaliar o risco de debêntures, como de bancos.

Índice de Basileia: o Índice de Basileia é um indicador que mede o grau de alavancagem financeira de uma instituição, especialmente bancos. Ele determina a relação entre o capital próprio do banco e o capital de terceiros (captações) exposto a riscos. Toda instituição financeira deve manter um índice acima do mínimo exigido pelo Banco Central do Brasil, que é de 11%. Por exemplo, se um banco possui um Índice de Basileia de 20%, significa que, para cada 100 reais emprestados, a instituição tem um patrimônio próprio de 20 reais. Isso sinaliza uma maior margem de segurança para cobrir eventuais perdas, sendo mais seguro para quem quer investir. Vocês podem entender melhor sobre o Índice de Basileia em bancodata.com.br e assistir ao vídeo que fala especificamente sobre isso em youtube.com/watch?v=MnjLW1M_47Y.

Outro ponto importante é a liquidez, ou seja, a facilidade de transformar seu investimento em dinheiro. Alguns CDBs têm prazo de vencimento longo, o que significa que só será possível resgatar o valor investido e os juros no fim do período. Outros permitem o resgate antecipado, o que pode ser interessante para quem quer manter flexibilidade. Normalmente, prazos mais curtos penalizam a rentabilidade.

Avaliar um CDB envolve entender o risco envolvido, a rentabilidade oferecida e a segurança do banco emissor. As taxas variam porque cada instituição tem um perfil de risco diferente, e cabe ao investidor decidir qual risco está disposto a correr em troca de maior rentabilidade. Ao usar métricas de risco, como o Índice de Basileia, e consultar fontes de dados confiáveis, vocês conseguem fazer uma escolha mais consciente e segura para seus investimentos.

Lembrem-se: todos os CDBs têm a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que cobre até 250 mil reais por CPF por instituição financeira em caso de quebra do banco. Isso oferece uma camada extra de segurança, especialmente para investimentos em bancos menores.

Portanto, caros leitores, antes de investir, avaliem com cuidado e escolham o CDB que faz mais sentido para o perfil e objetivos financeiros de vocês. Boas decisões são aquelas que trazem retorno e tranquilidade.

Um abraço e até a próxima!