Restrições contra turismo excessivo afetam a plataforma Airbnb

Em Nova York, nos Estados Unidos, a oferta de hospedagem de curto prazo caiu 83% em um ano
8 de outubro de 2024 em Edições Impressas, Internacional
Getty Images

Em 12 meses, a oferta de imóveis para aluguel de curto prazo em Nova York, nos Estados Unidos, caiu 83% na plataforma Airbnb, segundo relatório da empresa AirDNA divulgado em agosto. A queda impacta diretamente a receita da companhia, que, em 2022, registrou faturamento de 85 milhões de dólares (em torno de 460,8 milhões de reais) gerado pela cidade.

A diminuição na oferta aconteceu após Nova York regulamentar a Lei Local 18, que restringe os aluguéis de curta duração (menos de 30 dias) e impõe regras rígidas para os anfitriões que desejam alugar espaços inteiros. Os donos da casa devem residir no local e só podem alugar os quartos da residência para até duas pessoas. Além disso, é necessário um cadastro e o locatário deve pagar à prefeitura uma taxa a cada dois anos.

Segundo o Airbnb, a lei foi criada para combater a crise imobiliária da cidade. Mas, depois de um ano, a plataforma garante que a promessa não foi cumprida, visto que o preço dos aluguéis continua subindo e, por outro lado, os turistas têm menos opções de estadia. Por isso, a empresa pede a revisão da lei.

Limitar os aluguéis temporários é uma das medidas que diversas cidades, como Barcelona, na Espanha, e Atenas, na Grécia, estão adotando na tentativa de conter o turismo excessivo, que afeta a rotina dos moradores das regiões mais visitadas do mundo.

O poder do Airbnb no turismo

Fundado em 2007, o Airbnb nasceu quando dois jovens receberam hóspedes na casa deles em São Francisco, nos EUA. No início, muito voltado à economia colaborativa, o negócio apostava em aluguéis de ambientes dentro da residência do anfitrião, porém logo ampliou para locação de espaços inteiros e ganhou alcance mundial. Hoje, a plataforma tem 5 milhões de anfitriões, que já hospedaram mais de 1,5 bilhão de pessoas pelo mundo.

“O Airbnb trouxe um novo valor para os viajantes: as experiências mais autênticas. O fato de se hospedar na casa de alguém, em lugares que vão além das bolhas turísticas, atrai um grande segmento de turistas”, afirma Luís Henrique de Souza, professor de economia do turismo da Universidade Federal de Pernambuco.

Outro impacto foi a democratização, em termos financeiros, de viagens para um público que não tem condições de pagar por hotéis próximos a pontos turísticos, geralmente caros.

No entanto, a chegada de mais visitantes trouxe problemas. “Os destinos não se preparam adequadamente e, com isso, há uma pressão que sobrecarrega o transporte, a circulação das pessoas e os preços, atrapalhando a vida dos moradores locais”, explica o professor.

Oportunidade

No geral, as restrições se aplicam principalmente às cidades turísticas. Portanto, este pode ser um meio de diluir o turismo para municípios vizinhos, por exemplo, além de retomar a oferta de outros tipos de hospedagem, como a de quartos, que segue permitida, e albergues. “Agora há a possibilidade de abrirem novas ofertas nas regiões mais periféricas, o que é muito benéfico e evita que outros pontos fiquem sobrecarregados”, finaliza Souza.

Fontes: Airbnb, O Globo e G1.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

Já tem cadastro?

Acesse!

Não tem cadastro?

Assine!