O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma deflação de 0,02% em agosto, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta é a primeira queda do IPCA desde junho de 2023, quando o índice registrou baixa de 0,08%.
+ Leia mais: O sobe e desce dos preços
A retração foi impulsionada principalmente pela queda nos preços da energia elétrica residencial e de alimentos, que apresentaram variações significativas em agosto. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses desacelerou para 4,24%, abaixo dos 4,5% registrados até julho.
O que é deflação
A deflação é o contrário da inflação. Enquanto a primeira representa queda nos preços, a segunda significa alta.
O resultado de agosto coloca em dúvida qual será a decisão do Banco Central do Brasil (BC) em relação à taxa básica de juros, a Selic, atualmente fixada em 10,50% ao ano.
O juro é o principal instrumento de política monetária para controlar a inflação. Antes do anúncio da deflação de agosto, havia uma expectativa de que haveria um aumento de 0,25 ponto percentual na reunião da próxima semana.
Entretanto, o resultado inesperado do IPCA pode gerar incertezas sobre o ritmo e a intensidade desse aperto monetário, levando os analistas a revisar suas expectativas. Isso porque quando o juro é alto, o consumo tende a diminuir, fazendo os preços caírem. Ao contrário, quando o juro é baixo, a tendência é de que os preços subam.
Se os preços já estão caindo, haveria razão para o aumento do juro? Esta é a pergunta que o mercado financeiro passou a fazer depois da divulgação dos resultados do IPCA. A resposta virá na próxima semana.