Há alguns dias, o dólar não sai das manchetes do jornal. O motivo? A alta aceleração da moeda norte-americana, que saltou de 5,11 reais, no dia 2 de maio, para 5,66 reais, em 2 de julho.
Alguns fatores explicam essa alta:
1. A questão econômica: o governo tem tido dificuldade de apresentar uma proposta para equilibrar as contas públicas, ou seja, de conseguir gastar menos do que ganha.
2. A questão política: de um lado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem criticando a atuação do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em relação aos juros. “Acho que ele não está fazendo o que deveria corretamente”, afirmou Lula em uma entrevista à emissora de rádio O Tempo. Nesta reportagem do TINO, trouxemos detalhes sobre essa divergência em relação aos juros.
3. A questão internacional: com a inflação persistente nos Estados Unidos, os juros deste país seguem em patamar alto (5,25% a 5,5%). Portanto investir lá se tornou mais atrativo.
A junção dos três fatores acima gera incerteza e afasta investimentos do Brasil. Isso significa que tem mais investidores querendo vender do que comprar a nossa moeda, o real. Quando há mais gente querendo vender do que comprar, acontece uma desvalorização. É exatamente isso o que está ocorrendo agora.
Segundo levantamento da Austin Rating, o real foi a quinta moeda que mais desvalorizou no mundo em relação ao dólar em 2024. A queda acumulada no ano foi de 13,4%.
Mas, considerando que a moeda brasileira é o real, o que explica essa preocupação tão grande com a moeda dos EUA?
“Nós dependemos muito da compra de produtos importados, que são sempre pagos em dólar. O trigo, por exemplo, é um deles. Então, se o dólar permanecer alto por mais tempo, a tendência é aumentar a inflação, porque isso vai ser repassado para os preços ao consumidor”, diz Arnóbio Durães, professor da FIA Business School. “Se a inflação subir, a tendência é de que os juros sigam altos, na tentativa de segurar a elevação dos preços”, conclui.