Comprar um item e pagar depois usando o recurso do cartão de crédito é uma alternativa muito utilizada pelos brasileiros. Cerca de 51% dos consumidores do país afirmam realizar compras em prestações.
Desde o início da pandemia de covid-19, em 2020, o parcelamento — esse nosso velho conhecido — vem crescendo nos Estados Unidos. O “compre agora, pague depois” (BNPL, na sigla em inglês) começa a fazer parte da vida dos norte-americanos, que vêm sofrendo com uma alta e persistente inflação.
Uma pesquisa realizada pela Adobe Analytics mostra que, nos primeiros meses de 2024, 25,9 bilhões de dólares (em torno de 133,5 bilhões de reais) foram gastos utilizando BNPL. A expectativa é de que, até o fim do ano, sejam 84,8 bilhões de dólares (437,1 bilhões de reais) — um crescimento de 13% em relação a 2023.
A popularização do modelo nos EUA começa a preocupar. Algumas empresas que oferecem o serviço BNPL não encaminham as informações referentes a compras e à inadimplência aos reguladores financeiros do país. Com isso, a dívida se torna “fantasma”, já que não consta no histórico de crédito do comprador. Com essa dívida “invisível”, o crédito continua a ser liberado de forma descontrolada, aumentando o risco de a população se endividar, alertam os especialistas.
Como funciona o BNPL
Não é preciso ter cartão de crédito. No ato da compra, entre as formas de pagamento há a opção BNPL. Ao selecioná-la, o consumidor é direcionado para o site de uma empresa fornecedora do serviço. Nesse momento é definido o número de parcelas de pagamento e a compra é concluída.