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Com decisão do Japão, a era do juro negativo chega ao fim

O Banco do Japão (BoJ) elevou a taxa de juro para o intervalo entre 0% e 0,1%. Entenda como isso afeta a economia
19 de março de 2024 em Internacional

O Banco do Japão (BoJ) anunciou, em 19 de março, a elevação de sua taxa de juro (equivalente à nossa Selic) para o intervalo entre 0% e 0,1%. Foi a primeira vez desde 2007 que o país aumentou os juros, deixando a taxa positiva.

Diferentemente do Brasil, que sofre com a alta dos preços, no Japão o problema é a deflação, ou seja, os preços não sobem. Na tentativa de estimular a economia, o banco central de lá colocou a taxa de juro em nível negativo, o que significa que as pessoas teriam que pagar para deixar seu dinheiro sob custódia do governo. Com uma taxa de -0,1%, a cada 100 ienes guardados, o correntista tem que pagar 10 centavos de iene por ano ao banco.

+ Leia também: Na contramão do mundo, Japão sonha com a inflação

Por que negativar o juro

A estabilidade econômica é sempre desejada, mas quando os preços caem (ou não sobem), pode significar que a oferta (produtos à venda) está maior do que a procura (pessoas querendo comprar). No longo prazo, isso pode desestimular a economia, fechando empresas e causando desemprego.

Foi exatamente para evitar esse problema que o Japão colocou o juro no patamar negativo. A intenção da autoridade monetária é evitar que o dinheiro fique parado no banco, estimulando as pessoas a consumir ou investir em novos negócios, por exemplo. Isso faz a máquina econômica girar, gera empregos e, consequentemente, faz a economia crescer.

A decisão foi tomada depois de uma negociação com os sindicatos trabalhistas, que concordaram em reajustar os salários em 5,28% — a maior alta em 33 anos. A expectativa é de que a ação impulsione o consumo e ajude a inflação a chegar à meta de 3%.

O Japão era o último país que mantinha a taxa de juro negativa, porém outras nações que sofriam com o crescimento econômico lento já tomaram essa medida, como Suíça e Suécia. Hoje, a taxa de todos esses países já voltou ao patamar positivo.

Fontes: UOL, Valor Econômico e G1.

 Menina com celular. Foto criada por diana.grytsku - br.freepik.com

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