Javier Milei, novo presidente da Argentina, tomou posse como chefe de Estado no dia 10 de dezembro.
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Diante da multidão que o elegeu, o economista subiu as escadas do Congresso e discursou pela primeira vez. Entre os temas abordados, o presidente afirmou que recebe a pior “herança” da história da Argentina e fez um diagnóstico sobre a economia do país — que sofre um período complexo, com inflação dos últimos 12 meses chegando a 142,7% — e alertou que terá que realizar grandes mudanças para alterar a situação.
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“Haverá estagflação, é verdade, mas não é algo tão diferente dos últimos 12 anos; o PIB per capita caiu 12%, num contexto em que se acumulou 5.000% de inflação. Portanto, vivemos em estagflação há mais de uma década”, disse Milei.
Estagflação: o que é
O termo mencionado pelo presidente define uma condição em que a economia do país está estagnada (não há crescimento), em um cenário de inflação. Uma das principais consequências dessa conjuntura é o aumento do desemprego.
A expressão une as palavras estagnação e inflação e é uma tradução de stagflation, definição em inglês criada em 1960, quando o Reino Unido viveu uma situação econômica semelhante.
Como sair dessa?
Alguns especialistas apontam esse cenário como um dos mais complexos de se enfrentar. Segundo eles, a combinação negativa tem grande impacto na economia de uma nação. Além disso, reforçam a necessidade de se considerar que a solução do problema depende de outros fatores do país — e uma medida equivocada pode intensificar ainda mais a desaceleração da economia.
Durante o discurso, o presidente argentino afirmou que fará um profundo ajuste fiscal e monetário na tentativa de acabar com o atual problema econômico, mas não apresentou os detalhes das medidas.
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Os críticos ao novo governo temem que a estagflação prevista por Milei afete negativamente alguns índices atuais, como o do desemprego, que atingiu um dos níveis mais baixos da história: 6,2%. Por outro lado, os apoiadores garantem que, apesar das vagas disponíveis, o salário é baixo ao ponto de manter grande parte da população (40%) na faixa de pobreza.
Fontes: Exame e G1.