No dia 1º de outubro, o programa Fantástico apresentou um levantamento das 20 maiores empresas investigadas no Brasil como pirâmides financeiras, envolvendo criptomoedas, e os estragos causados por elas nos últimos seis anos. Entre 2017 e 2023, o golpe movimentou cerca de 95 bilhões de reais e gerou prejuízo para cerca de 2,7 milhões de investidores que entraram nesse negócio.
Com um discurso confiante, a promessa de baixo risco e lucro rápido e exorbitante, o golpe financeiro da pirâmide é antigo. Nesse caso eram criptomoedas, mas os golpistas atraem interessados para diversos investimentos, como gado e tecnologia, entre outros. No entanto, ainda que o investimento ofereça retorno por determinado período, com o tempo esse tipo de mecanismo se torna insustentável.
Considerado crime contra a economia popular, previsto na Lei n° 1.521/1951, o esquema de pirâmide, dessa vez com criptomoedas, é investigado pela polícia e pela Câmara dos Deputados, que abriu a CPI das Pirâmides Financeiras. Apesar da investigação, das prisões de líderes de empresas e dos diversos processos abertos na Justiça pelos clientes, o golpe segue acumulando vítimas, que perdem todas as suas economias com o negócio.
O esquema de pirâmide
Segundo a Comissão de Valores Mobiliários, pirâmides financeiras são esquemas irregulares para captação de recursos da população, em que lucros ou rendimentos são pagos com os valores de novos participantes, que pagam para aderir à estrutura, quantia conhecida como “investimento inicial”.
Ou seja, como o nome já diz, a dinâmica do negócio é como uma pirâmide. No topo está o criador: ele é responsável por recrutar quem estará no nível abaixo, que, por sua vez, convoca os próximos membros, e estes, os seguintes. Com a chegada de novos integrantes, a base da pirâmide cresce, gerando ainda mais dinheiro à aqueles que estão próximos ao topo.
Mas, por seu modelo, essa alta expansão é insustentável: com a diminuição de entrada de investidores ou um alto movimento de retirada de quantias por aqueles que estão no topo, o negócio pode ruir — e tende a ser ainda mais prejudicial para os últimos aderentes, na base.
Dica
Para especialistas, quando a proposta de ganhos oferecida pela empresa é muito maior do que a praticada no mercado, vale ficar atento e pesquisar mais sobre o negócio antes de investir.
Já a denúncia de pirâmides deve ser feita no site da Polícia Federal ou diretamente no Ministério Público Federal, por meio da Sala de Atendimento ao Cidadão.
Fontes: Fantástico, Comissão de Valores Mobiliários e InfoMoney.